Profusão do nada!
O orkut certamente vem mudando cabeças, e muitas! em nossa terra não tão garrida como diz nosso hino.
Como uma criança, que em posse da caixinha de jóias da mãe, veste tudo de uma só vez, tornando-se uma caricatura mal feita de uma ex-dama, agora esclerosada, da sociedade, é o Brasil em relação à esse tal d'orkut.
Num país de cultura midiática, onde todos buscam, à qualquer custo e susto, seus 15 milésimos de segundo de aparição em qualquer meio de comunicação,
[seja estampando a primeira capa do jornaleco de trem segurando uma AR-15 e trajando capuz combinando com uma bermuda preta, ambos rasgados, ou ainda ocupando 4 cm² numa página qualquer da Caras, após desfrutar de seu fim de semana ilhado por futilidades e acumulando brindes pra toda a família e vizinhança, ou ainda (sim, mais um ainda) dando um tchauzinho afetado por trás de algum repórter global ou não (a câmera é o que importa) que apenas está tentando noticiar mais mortes em algum canto do país],
criar um perfil n'orkut é como ser o editor, entrevistador, fotógrafo, entrevistado e modelo de uma mídia que noticia apenas sobre sua vida. É como um certo poder de exibição, mesmo que esse poder seja o de manipular o próprio reflexo e mostrar-se o mais próximo possível dos seus desejos, contrariando qualquer frustração, em suma, é poder ter um público que o vê apenas como vc quer que o vejam. É como querer o Sol e receber asas para voar até lá.
É oposto aos desejos de quem tem a fama. Famosos vivem correndo de paparazzis, anônimos tornam-se seus próprios paparazzis.
Não é à toa que algumas "celebridades" criam blogs para divulgar seus pareceres das fofocas, ou ainda preferem eles mesmos vender fotos de suas festas ou intimidades para que assim tenham um mínimo de controle sobre as gafes da falta de calcinha, ou assanhamentos de mamilos.
O fato é que também sou usuário d'orkut, também me pego por vezes desejando o horário nobre, também manipulo minha imagem (já manipulei e me exibi muito mais) mas hoje venho percebendo e questionando as superexposições e supermassificações desses perfis quase falantes.
No início desse misterioso, poderoso e perigoso orkut, conhecíamos uma pessoa pela sua auto-descrição, e num ato investigativo, procurávamos desvendar mais sobr'ela fuxicando comunidades, que mais ou menos norteavam seus gostos e atitudes.
[num terceiro ato, mais psicopata, alguns (já fiz isso também!) ainda desfrutavam dos recados alheios como se desfruta de uma novela, seriado ou romance com cara de best-seller]
Porém para investigar comunidades, alguém deveria antes de tudo, criá-las.
E assim, friso que ainda no início, nos descobríamos pessoas comuns, ao encontrar comunidades superpovoadas sobre manias estranhas, gostos incomuns ... Até que criar comunidades virou mania! A falta de critérios para tal estava instalada e em pouco tempo o orkut virava um grande livro de piadas, com xacotas de todas as estirpes e comunidades/desabafo pra cima e para baixo.
Antigamente sofríamos por não nos adequar a determinado grupo na escola, chorávamos, tentávamos nossos pais à comprar o estojo da moda, a mochila moderna ou a caneta-faz-quase-tudo, que para escrever mesmo, não servia.
Hoje em dia os grupinhos são comunidades, a aceitação pode ser imediata, e se não for, migramos num clique pra outro grupo similar com aceitação instantânea.
E assim o orkut antes povoado de indivíduos tentando mostrar o melhor de si, a melhor face da sua individualidade, se tornou um grande mar cinzento, com todas as cores bem desaturadas e pessoas descriteriosas que veneram do tiririca à chopin, passando por comunidades Eu espirro alto!, à outras mais estapafúrdias como Eu já comi c*c*!
O que antes agregava por afinidades, hoje agrega por superficialidades, à ponto do sujeito ter de consultar sua infinita lista de comunas para saber se gosta da Britney Careca ou Cabeluda, ou ainda se prefere macarrão com queijo, ou queijo com macarrão, e se usa três ou seis cotonetes, se acha nojento palito de dentes, ou se é palito chupado de picolé.
Se dizem que a tv pensa pela gente, eu digo que deixamos de pensar na gente enquanto indivíduos, para nos sabermos enquanto membros ilustres d'orkut, ultra populares e com um sem-fim de visitas virtuais.
Vale quem tem mais comunidades, mesmo que nunca as tenha visitado senão para ser aceito.
Se eu gosto de chupar caroço de azeitona, porquê o mundo deve saber disso?
Onde está o segredo dos relacionamentos?
Pra quê casar, se o mundo sabe que vc ronca 5 vezes por noite, a cada 49 minutos de sono?
Se o peixe morre pela boca, o brasileiro morre pelo ego!
Prefiro nem ver seu perfil, à dispensar duas semanas de conversas e descobertas, num incabível clique.
E a piada é triste, em seu âmago, mas cabe e diverte, pelo menos a mim!
Ele não te ama, porque ainda não viu seu orkut!
Desculpa o desabafo, mas não vou sair por aí criando comunidades que arrecadam esmola para cada mendigo que eu vir na rua!
E também não vou cumprir o meu dever de cidadão, porque me revoltei com a política externa e resolvi participar da comunidade
anti-governo lula.
A questão é, quer fazer, faça de verdade, não crie comunidades.
Já fez, ou está fazendo e quer agregar mais bem-feitores, divulgue sua atitude numa comunidade, ligue pras pessoas, distribua folhetos na rua, ou ainda sem poluir a cidade, apenas saia às ruas contando pras esquinas o que tem feito de bom, ou, ainda mais simples, envie um e-mail aos seus conhecidos, que o orkut não é classificados, mas é sim um reflexo de si e um canal de comunicação, como um telefone ou uma secretária eletrônica, com outras pessoas . Que não necessariamente precisam saber quantas vezes você vai ao banheiro num dia.
O orkut é como uma lente fotográfica, você decide a velocidade do obturador e a abertura do diafragma. Mas não pode controlar o tipo e a quantidade de pessoas que verá às fotos.
É como a evolução da sexualidade feminina, antigamente mostrar o tornozelo era sexy e ousado, e despertava muitas fantasias e paixões. Hoje nem foto de vigina faz o mesmo.
Não caia na mesmice, nem torne-se mais um desinteressante. Não se acomode nos discursos para um incontrolável público, que pode variar de 5 a 25.000 sem você sequer ter noção desse alcance!
Um dia você acaba acreditando nas suas mentiras e perdendo-se de si mesmo.
Uma tarde e alguns goles de café, ainda são mais prazerosos que a troca de alguns scraps bem escritos!
Ao vivo ainda é melhor que gravado, teatro ainda é melhor que tv e cinema, o mundo real pode não parecer, mais ainda é mais surpreendente e interessante q'orkut, ou qualquer outra coisa que possa ser encontrada no google.
Tecle menos, converse mais!
Toque mais e clique menos.
Chega de ampliar fotos, abra mais o olho.
desculpe o desabafo, mas eu mesmo estava precisando ouvir, ou ler isso!
Enfim, nunca me disse santo, nem anti-internauta!
Mas a vida exige mais que conhecimentos de windows e contas de e-mails!
Sorrir diante de uma tela, é tão patético quanto tomar um banho para melhorar o ânimo!
Nos apegamos a necessidades desnecessárias!
A simplicidade de pequena miss sunshine, desbancou superproduções hollywoodianas.
Podemos ser um filme B latino, de baixo custo e lindas imagens, lindo roteiro e belo final!
Não precisamos ser uma trama global, nem tampouco uma novela da record ou um recordista hollywoodiano.
Precisamos ser nós mesmos, e entender que somos únicos, repletos de multiplicidades.
Não oferte seu msn, convide-me prum passeio.
Tudo parece lindo e verdadeiro, mas lá no fundo quando sinto necessidade de ser além de pensamentos, escrevo aqui!
Quando canso de me ouvir e preciso dividir, é a este blog que recorro, mas não só!
recorro também a infindos telefonemas aos amigos, e até que a orelha esquente, não digito um caracter sequer.
e assim vou vivendo em meio a devaneios e coisas que não sei pq falo, mas sinto que preciso falar!
escrevi e postei, depois releio, conserto e podo o que tiver que podar!
vou nessa que estou sempre com pressa!
*revisado, consertado e podado! =]
se achar algum erro, notifique-me e ajude-me a melhorar meu arranjo de letrinhas!
Como uma criança, que em posse da caixinha de jóias da mãe, veste tudo de uma só vez, tornando-se uma caricatura mal feita de uma ex-dama, agora esclerosada, da sociedade, é o Brasil em relação à esse tal d'orkut.
Num país de cultura midiática, onde todos buscam, à qualquer custo e susto, seus 15 milésimos de segundo de aparição em qualquer meio de comunicação,
[seja estampando a primeira capa do jornaleco de trem segurando uma AR-15 e trajando capuz combinando com uma bermuda preta, ambos rasgados, ou ainda ocupando 4 cm² numa página qualquer da Caras, após desfrutar de seu fim de semana ilhado por futilidades e acumulando brindes pra toda a família e vizinhança, ou ainda (sim, mais um ainda) dando um tchauzinho afetado por trás de algum repórter global ou não (a câmera é o que importa) que apenas está tentando noticiar mais mortes em algum canto do país],
criar um perfil n'orkut é como ser o editor, entrevistador, fotógrafo, entrevistado e modelo de uma mídia que noticia apenas sobre sua vida. É como um certo poder de exibição, mesmo que esse poder seja o de manipular o próprio reflexo e mostrar-se o mais próximo possível dos seus desejos, contrariando qualquer frustração, em suma, é poder ter um público que o vê apenas como vc quer que o vejam. É como querer o Sol e receber asas para voar até lá.
É oposto aos desejos de quem tem a fama. Famosos vivem correndo de paparazzis, anônimos tornam-se seus próprios paparazzis.
Não é à toa que algumas "celebridades" criam blogs para divulgar seus pareceres das fofocas, ou ainda preferem eles mesmos vender fotos de suas festas ou intimidades para que assim tenham um mínimo de controle sobre as gafes da falta de calcinha, ou assanhamentos de mamilos.
O fato é que também sou usuário d'orkut, também me pego por vezes desejando o horário nobre, também manipulo minha imagem (já manipulei e me exibi muito mais) mas hoje venho percebendo e questionando as superexposições e supermassificações desses perfis quase falantes.
No início desse misterioso, poderoso e perigoso orkut, conhecíamos uma pessoa pela sua auto-descrição, e num ato investigativo, procurávamos desvendar mais sobr'ela fuxicando comunidades, que mais ou menos norteavam seus gostos e atitudes.
[num terceiro ato, mais psicopata, alguns (já fiz isso também!) ainda desfrutavam dos recados alheios como se desfruta de uma novela, seriado ou romance com cara de best-seller]
Porém para investigar comunidades, alguém deveria antes de tudo, criá-las.
E assim, friso que ainda no início, nos descobríamos pessoas comuns, ao encontrar comunidades superpovoadas sobre manias estranhas, gostos incomuns ... Até que criar comunidades virou mania! A falta de critérios para tal estava instalada e em pouco tempo o orkut virava um grande livro de piadas, com xacotas de todas as estirpes e comunidades/desabafo pra cima e para baixo.
Antigamente sofríamos por não nos adequar a determinado grupo na escola, chorávamos, tentávamos nossos pais à comprar o estojo da moda, a mochila moderna ou a caneta-faz-quase-tudo, que para escrever mesmo, não servia.
Hoje em dia os grupinhos são comunidades, a aceitação pode ser imediata, e se não for, migramos num clique pra outro grupo similar com aceitação instantânea.
E assim o orkut antes povoado de indivíduos tentando mostrar o melhor de si, a melhor face da sua individualidade, se tornou um grande mar cinzento, com todas as cores bem desaturadas e pessoas descriteriosas que veneram do tiririca à chopin, passando por comunidades Eu espirro alto!, à outras mais estapafúrdias como Eu já comi c*c*!
O que antes agregava por afinidades, hoje agrega por superficialidades, à ponto do sujeito ter de consultar sua infinita lista de comunas para saber se gosta da Britney Careca ou Cabeluda, ou ainda se prefere macarrão com queijo, ou queijo com macarrão, e se usa três ou seis cotonetes, se acha nojento palito de dentes, ou se é palito chupado de picolé.
Se dizem que a tv pensa pela gente, eu digo que deixamos de pensar na gente enquanto indivíduos, para nos sabermos enquanto membros ilustres d'orkut, ultra populares e com um sem-fim de visitas virtuais.
Vale quem tem mais comunidades, mesmo que nunca as tenha visitado senão para ser aceito.
Se eu gosto de chupar caroço de azeitona, porquê o mundo deve saber disso?
Onde está o segredo dos relacionamentos?
Pra quê casar, se o mundo sabe que vc ronca 5 vezes por noite, a cada 49 minutos de sono?
Se o peixe morre pela boca, o brasileiro morre pelo ego!
Prefiro nem ver seu perfil, à dispensar duas semanas de conversas e descobertas, num incabível clique.
E a piada é triste, em seu âmago, mas cabe e diverte, pelo menos a mim!
Ele não te ama, porque ainda não viu seu orkut!
Desculpa o desabafo, mas não vou sair por aí criando comunidades que arrecadam esmola para cada mendigo que eu vir na rua!
E também não vou cumprir o meu dever de cidadão, porque me revoltei com a política externa e resolvi participar da comunidade
anti-governo lula.
A questão é, quer fazer, faça de verdade, não crie comunidades.
Já fez, ou está fazendo e quer agregar mais bem-feitores, divulgue sua atitude numa comunidade, ligue pras pessoas, distribua folhetos na rua, ou ainda sem poluir a cidade, apenas saia às ruas contando pras esquinas o que tem feito de bom, ou, ainda mais simples, envie um e-mail aos seus conhecidos, que o orkut não é classificados, mas é sim um reflexo de si e um canal de comunicação, como um telefone ou uma secretária eletrônica, com outras pessoas . Que não necessariamente precisam saber quantas vezes você vai ao banheiro num dia.
O orkut é como uma lente fotográfica, você decide a velocidade do obturador e a abertura do diafragma. Mas não pode controlar o tipo e a quantidade de pessoas que verá às fotos.
É como a evolução da sexualidade feminina, antigamente mostrar o tornozelo era sexy e ousado, e despertava muitas fantasias e paixões. Hoje nem foto de vigina faz o mesmo.
Não caia na mesmice, nem torne-se mais um desinteressante. Não se acomode nos discursos para um incontrolável público, que pode variar de 5 a 25.000 sem você sequer ter noção desse alcance!
Um dia você acaba acreditando nas suas mentiras e perdendo-se de si mesmo.
Uma tarde e alguns goles de café, ainda são mais prazerosos que a troca de alguns scraps bem escritos!
Ao vivo ainda é melhor que gravado, teatro ainda é melhor que tv e cinema, o mundo real pode não parecer, mais ainda é mais surpreendente e interessante q'orkut, ou qualquer outra coisa que possa ser encontrada no google.
Tecle menos, converse mais!
Toque mais e clique menos.
Chega de ampliar fotos, abra mais o olho.
desculpe o desabafo, mas eu mesmo estava precisando ouvir, ou ler isso!
Enfim, nunca me disse santo, nem anti-internauta!
Mas a vida exige mais que conhecimentos de windows e contas de e-mails!
Sorrir diante de uma tela, é tão patético quanto tomar um banho para melhorar o ânimo!
Nos apegamos a necessidades desnecessárias!
A simplicidade de pequena miss sunshine, desbancou superproduções hollywoodianas.
Podemos ser um filme B latino, de baixo custo e lindas imagens, lindo roteiro e belo final!
Não precisamos ser uma trama global, nem tampouco uma novela da record ou um recordista hollywoodiano.
Precisamos ser nós mesmos, e entender que somos únicos, repletos de multiplicidades.
Não oferte seu msn, convide-me prum passeio.
Tudo parece lindo e verdadeiro, mas lá no fundo quando sinto necessidade de ser além de pensamentos, escrevo aqui!
Quando canso de me ouvir e preciso dividir, é a este blog que recorro, mas não só!
recorro também a infindos telefonemas aos amigos, e até que a orelha esquente, não digito um caracter sequer.
e assim vou vivendo em meio a devaneios e coisas que não sei pq falo, mas sinto que preciso falar!
escrevi e postei, depois releio, conserto e podo o que tiver que podar!
vou nessa que estou sempre com pressa!
*revisado, consertado e podado! =]
se achar algum erro, notifique-me e ajude-me a melhorar meu arranjo de letrinhas!
muito bom, binho, muito bom
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