mercredi 27 septembre 2006

nefasta prova de ética

(uma das dissertações pedidas pela professora)


Missão de mundo
Não sei o quão saudável seria pensar numa missão de mundo individual, avaliando que mundo dá uma conotação absurda de alcance da atuação e transformação pretendida. Mas em contrapartida tenho memórias desde a infância de me reservar um certo desejo ou mero sentimento de menino-gênio. Digo pretendida, a ação transformadora, pois penso ser uma escolha reservada ao indivíduo crescido e pensante, essa então chamada missão de mundo. E convivendo com essa síndrome de menino-gênio, vivo em oscilações de missões que em determinadas épocas vão me parecendo importantes. Essas oscilações englobam desde ações conselheiras com amigos e família, até vontades de me agregar à movimentos com causas humanitárias, e até movimentos menores de âmbitos sociais menores em que acho que posso fazer a diferença.
Paralelo à essa enxurrada de vontades de fazer a diferença, vivo uma certa crise de tempo, onde quero, mas pareço estar sempre à espera da hora de começar. Como se de repente eu despertasse à maturidade e pudesse dar passos que antes me eram tolhidos pela mocidade ou inexperiência. Nessa confusão, acabo numa inércia indesejável, porém confortável em que pareço não sair do lugar, mas tento usar meu tempo para aquisição de referências e consolidação de conceitos, que sempre tento manter flexíveis.
À exemplo de homens como Roberto Marinho que fundou lá pelos 60 anos de idade a rede globo, e Charles Bukowski que começou a escrever, ou publicar poesias apenas aos 40 anos, me sinto jovem e até sem culpas quanto à inércia, mas quando penso em Mozart que já era um ás na música aos 7 anos de idade, me sinto mais um desocupado peso da humanidade que poderia, mas não faz a menor diferença.
É bem verdade que não sou de um foco apenas, e isso também ajuda a confundir-me quanto à missões e objetivos na vida. Pareço, e de fato tenho, pensamentos bem desconexos devido à intensidade e quantidade deles que passam em minha cabeça, e nela, todos, juntos ou separados, e talvez até combinados parecem fazer muito sentido. À exemplo disso já estudei música, tentando soprar um saxofone, ensaiei uma carreira de ator, diretor e até de professor. E antes de pousar no design gráfico dei uns passeios pelo curso de arquitetura, que não me parecia difícil, mas não me despertava vontades, depois dei meus rabiscos pelo curso de artes visuais, que por ter um grande enfoque em desenho de ilustração e grandes desenhistas compondo suas turmas, me desencorajou um pouco a ser aliado do lápis e papel.
Enfim gosto do que aprendo, gosto de criar, mas acabo por caracterizar inúmeras áreas de atuação da profissão como supérfluas ao mundo, sendo algumas até nocivas por trás de toda sua maquinaria. Sou meio contra a manipulação de informações e de desejos por meio de formas e cores, mas por vezes me pego abstraindo essa contrariedade e curtindo um momento meu de criação. Um prazer que condeno, pouco, mas condeno.
Tenho uma característica que ainda não sei até que ponto é nociva, sou verborrágico demais e acabo escrevendo e falando de forma nada clara e um pouco over. Não sei mais se perdi o foco desta proposta ou ainda consigo salvar alguma missão futura.
Não sei de muita coisa, mas sei que enquanto Designer posso (se eu quiser) buscar um diferencial e alcançar um experimento inovador, tal qual Oiticica e seus parangolés e cosmococas, porque ainda tenho viva a idéia de que apesar de toda tecnologia e comercialização de idéias e criações a arte vive no coração e na cabeça de quem, fazendo esse design e pulsando arte, precisa se adequar a paradigmas capitalistas para sobreviver entre ganhos e gastos. Enquanto pessoa, sei que posso atuar como indivíduo de conceitos fortes que estará sempre aberto a discussões e atento a opiniões alheias para junto com o próximo agregar valores e seguir em frente lutando por ideais que tornem a humanidade uma, apesar de múltipla, tal qual Paulo Freire avalia o indivíduo como uno e múltiplo.
Enquanto egocêntrico, como contemporâneo que avalia as divagações de Nietzsche a respeito da novidade que é a entidade indivíduo em relação à vida humana em sociedade, só posso concluir que saudável não parece tentar alcançar uma missão, só, porque apesar de um, não habito meu próprio planeta, nem me basto, necessitando de outros. O mundo é de todos e sós somos apenas matéria biodegradável, certo?
Mas ainda apesar dessas afirmações que soam pedantes ou vazias, ainda convivo com a tal síndrome de gênio e pareço sempre estar à mercê de algum acontecimento, entre doença, acidentes, ou até conquistas que me tornem mártir da humanidade, voltando por outras palavras a afirmar que pensar em uma missão sozinho, me leva à um egocentrismo sem tamanho que mostra ao final do arco-íris apenas reconhecimento. E tendo em vista que nada é o que parece e o tempo habita um único segundo enquanto o espaço físico se transforma de acordo com desejos estupefatos, temos a vida em mãos e caminhamos pra onde queremos, sendo o estado uma entidade em falência, tal qual a igreja e a vontade de viver de quem é negado acesso aos direitos básicos, é a maior causa da miséria não só do Brasil, e pra mudar tudo isso, precisamos de um sonho onde tudo pode acontecer em apenas um segundo, o novo segundo.

E tendo em vista que nada é o que parece, e o tempo habita um único segundo, enquanto o espaço físico se transforma de acordo com desejos estupefatos; temos a vida em mãos e caminhamos pra onde quisermos, (ainda que o estado seja uma entidade em falência, tal qual a igreja; e a vontade de viver para quem é negado um acesso aos direitos básicos, seja a maior causa da miséria não só do Brasil); pra mudar tudo isso precisamos (talvez apenas) de um sonho onde tudo possa acontecer em apenas um segundo: o novo segundo. [reescrito em 19/03/2013 às 1:47h da madruga, logo após não encontrar o sentido em 5 releituras rápidas do mesmo parágrafo].
Desabafado por Robson Taranto Junior. Indivíduo em eterno desenvolvimento e crise diante do caos provocado pelo vôo das borboletas asiáticas.

samedi 16 septembre 2006

lírios.laranjas




"eu.tenho.pressa.e.tanta.coisa.me.interessa. mas.nada.tanto.assim" [não.lembro.o.autor]

mercredi 13 septembre 2006



Cibelle - Esplendor
Caía uma chuva fina
Em forma de confissão
E eu, solidão
Sou como a folha de outono
Que sem dono
Navegando chega aqui
Pra lhe dizer que o abandono
Já vai chegando ao fim
E eu, solidão
Só falta agora o teu sorriso
Um aviso
Que a luz do sol está por vir
E se você me vir vagando
Sem razão
Não vá pensar que o desengano
Mora no meu coração
Há muito tempo já se foi
A estação que vem depois
Descortina todo o esplendor

vendredi 8 septembre 2006

.:::::24hs:::::.



PROCURO UMA COMPANHIA PARA A ETERNIDADE DE UM DIA!


a sonoridade da rima me encanta, pouco importanto seu valor, polidez ou "eruditismo".
não tenho pretensão de ser poeta e por isso não me prendo nem me rendo às críticas.

percebo que a falta só me assola nos momentos de silêncio defronte a esta tela estúpida que nos comunica!
o oportunismo dos inoportunos pensamentos cretinos se aproveita dessa falta de interferências e interrupções desnecessárias!
tô fudido!

mercredi 6 septembre 2006

o que de resto era, arejado fica!



















sua imagem me provoca...
e me derruba enquanto
sustenta seu sorriso safado
...não perco mais o sono
mas sua foto me mata de vontades
...e.é.isso que sobra
num pote.de.plástico.
em alguma prateleira
que esquenta cada vez que a porta é aberta
pela provocação do meio sorriso
e da meia imagem
que traz à mente as meias palavras
e a meia tirada com calma
e colocada as pressas
e pressa tivemos
para alcançar o infinito
que só de vontades não me coube
mas hoje é passado
de um misterioso baú
que não faço questão de manter limpo
e sem cadeado.