samedi 30 avril 2011

22/771 - o filtro

não descobri nada em qualquer outra parte por onde andei que, quando perto de mim, me fizesse tão bem ou tão mal.

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decidi que não há muito mais o que fazer por mim só escrevendo textos e publicando censuras de mim mesmo.
tá na hora de partir pro profissional. de achar um analista, dos bons.
alguém indica?

lundi 18 avril 2011

Projeto #eusougay saiba mais e participe!

Post inaugural da Carol de Almeida, retirado do site - http://projetoeusougay.wordpress.com/



Sejamos Gays. Juntos.

abril 12, 2011

Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Itarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.

Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.

Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.

E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.

Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.

Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?

Quero então compartilhar essa ideia com todos.

Sejamos gays.

Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY

Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:

1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY

2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com

3) E só :-)

Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.

A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.

Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.

As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.

Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.

— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —


Minhas contribuições.


samedi 16 avril 2011

palavras companheiras de um sonolento ser que jaz sozinho.

neste momento me sinto como qualquer outro sentiria, deitado na cama, defronte um computador, num quarto escuro, feito uma criança cujos pés balançam como que namorando tudo que não é chão.
e encontro na descrição esdrúxula dessa cena pitoresca, um pouco de companhia das palavras.
é como se uma tela em branco me permitisse fazer companhia a mim mesmo.
melhor que os espelhos, essas alvas planícies sem dono que refletem muito mais do que gostaríamos de ver.
são como espelhos impossíveis e sem fim, um corredor deles, de todas as formas e distorções que cabem num espaço desses.
isso tudo pq há um minuto atrás repetia pra mim mesmo que deveria escrever o seguinte no blog: eu costumava achar que o mundo era mágico e infinito, mas isso foi antes de eu me sentir só.
e eu completaria, agora, dizendo, então vislumbrei uma tela em branco, mirei fundo no meu crânio, e resolvi me despir em frases. e a experiência foi boa, ou está sendo, enquanto ainda dedilho cegamente e tropeçando por entre letras intrusas, palavras mal ditas por uma boca que só respira. muda.

se eu dissesse isso em companhia daqueles cujas ligações desejava ardentemente, não teria a mesma graça. ou não existiriam tais sinapses.
escrever esse texto é como preencher mil linhas numa folha apaixonada por esferográficas e grafites. é uma ânsia de não ver qq espaço só, como me sentia, ou vedados da possibilidade de acolher minhas palavras. ora se posso chama-las de minhas!
quantos não as disseram antes? são minhas as idéias, ou nem isso. palavras jamais tem proprietários.. são domínio público, como qualquer virtual privacidade do mundo de hoje e como essas que tais, serão jogadas ao vento, como as outras que já dedilhei!!

o sono m`invade, enquanto meus ombros cansam do barulho do ventilador e meus cotovelos invejam a posição descansada deles, os sustentados lá de cima.
sempre pesados, mesmo sobre o travesseiro dos mil anos.

um bocejo, nesse momento é só pretexto pra liberar um pouco de ar.
não é assim que fazemos qdo necessário é liberar peso pra seguir viagem?

e não foi por isso que soltei cá essas palavras?
pra que, do lado de fora, me fizessem companhia e aliviássem o peso pra viagem do sono profundo pelos mares de um lençol azul e uma colcha branca de bolinhas igualmente da cor dos céus!?

a lua já não ilumina mais a varanda. está baixa como as marés que me trouxeram.
baixa também está minha respiração que já implora o descanso diário que varia de dia pra dia, ou noite pra noite.

no mesmo quarto escuro, jaz uma alma antes sozinha, agora reconfortada pelas palavras expurgadas que sempre poderá ler, quando novamente sentir solidão.

até e durma bem, meu pequeno mundo não tão infinito quanto antes.

vendredi 8 avril 2011

#

tenho me sentido um pouco ultrajado ultimamente... não sei explicar como, mas posso tentar dizendo que desconfio usar (neste momento) óculos caleidoscópicos, daqueles que de uma informação montam uma rede infinita, um padrão de ataque do mundo e ousaria dizer que existe uma distorção olho de peixe bem no meio, denunciando ou agravando determinados pontos dessa rede que me afronta!

¬¬¬

assim, me armo com um colete de espinho à prova de qualquer aproximação mais 'atabalhoada' ou meticulosamente disfarçada...

jeudi 7 avril 2011

desabafos¬¬¬

-na verdade,
eu fazia coisas legais.
tô meio perdido...
acho que envelheci antes do tempo.
(..)
-nah!!! acho que é só uma fase ruim mesmo!
não quero amadurecer... e perder as boas ideias e o olhar inocente.
(..)
(...)
-hahhaha
verdade!
mas não tô me encontrando mto, sabe?
tenho me sentido eu, menos meus braços e pernas.
amputado, encurtado, pequeno..
(....)
acho q eu já passei por isso antes mas tenho memória curta.
minha memória é igual aqueles livros carregados pelas criancinhas de histórias em quadrinhos, presos num cinto,
qto mais eu ando, mais eu esqueço, vou deixando pra trás...

dimanche 3 avril 2011

notas pra gravar na pele

1. Nunca passe muito tempo longe dos bons filmes, bons livros e boas músicas.

eles emolduram nosso olhar pro mundo e pros outros, de maneira muito sensível e especial, tal qual faz a companhia das pessoas que amamos.

(como bons - entenda aqueles que te fazem sentir bem.)

2. Nunca feche qualquer porta para experiências novas. Após cada virar de uma nova esquina, todo o mundo que conhecemos se transforma.

(e caso não pareça se transformar... reveja os óculos que está usando. talvez esteja sendo duro demais com suas expectativas, ou insensível demais com seu entorno. não sei o que poderia funcionar como dimmer, mas entendo que nem sempre nossos sentidos estão favoráveis à intensidade do novo.)