samedi 16 avril 2011

palavras companheiras de um sonolento ser que jaz sozinho.

neste momento me sinto como qualquer outro sentiria, deitado na cama, defronte um computador, num quarto escuro, feito uma criança cujos pés balançam como que namorando tudo que não é chão.
e encontro na descrição esdrúxula dessa cena pitoresca, um pouco de companhia das palavras.
é como se uma tela em branco me permitisse fazer companhia a mim mesmo.
melhor que os espelhos, essas alvas planícies sem dono que refletem muito mais do que gostaríamos de ver.
são como espelhos impossíveis e sem fim, um corredor deles, de todas as formas e distorções que cabem num espaço desses.
isso tudo pq há um minuto atrás repetia pra mim mesmo que deveria escrever o seguinte no blog: eu costumava achar que o mundo era mágico e infinito, mas isso foi antes de eu me sentir só.
e eu completaria, agora, dizendo, então vislumbrei uma tela em branco, mirei fundo no meu crânio, e resolvi me despir em frases. e a experiência foi boa, ou está sendo, enquanto ainda dedilho cegamente e tropeçando por entre letras intrusas, palavras mal ditas por uma boca que só respira. muda.

se eu dissesse isso em companhia daqueles cujas ligações desejava ardentemente, não teria a mesma graça. ou não existiriam tais sinapses.
escrever esse texto é como preencher mil linhas numa folha apaixonada por esferográficas e grafites. é uma ânsia de não ver qq espaço só, como me sentia, ou vedados da possibilidade de acolher minhas palavras. ora se posso chama-las de minhas!
quantos não as disseram antes? são minhas as idéias, ou nem isso. palavras jamais tem proprietários.. são domínio público, como qualquer virtual privacidade do mundo de hoje e como essas que tais, serão jogadas ao vento, como as outras que já dedilhei!!

o sono m`invade, enquanto meus ombros cansam do barulho do ventilador e meus cotovelos invejam a posição descansada deles, os sustentados lá de cima.
sempre pesados, mesmo sobre o travesseiro dos mil anos.

um bocejo, nesse momento é só pretexto pra liberar um pouco de ar.
não é assim que fazemos qdo necessário é liberar peso pra seguir viagem?

e não foi por isso que soltei cá essas palavras?
pra que, do lado de fora, me fizessem companhia e aliviássem o peso pra viagem do sono profundo pelos mares de um lençol azul e uma colcha branca de bolinhas igualmente da cor dos céus!?

a lua já não ilumina mais a varanda. está baixa como as marés que me trouxeram.
baixa também está minha respiração que já implora o descanso diário que varia de dia pra dia, ou noite pra noite.

no mesmo quarto escuro, jaz uma alma antes sozinha, agora reconfortada pelas palavras expurgadas que sempre poderá ler, quando novamente sentir solidão.

até e durma bem, meu pequeno mundo não tão infinito quanto antes.

Aucun commentaire:

Enregistrer un commentaire