lundi 20 juillet 2009

feliz...

nice to meet u.


(o eu que me olha sem memória)

difícil entender como consegui me distanciar de mim mesmo e de tudo aquilo que me dava prazer e fomentava a contemplação.
é complicado desenhar o tempo, definir o dia, reconhecer o momento exato da ruptura entre o alegre caçador de boas referências, antenado aos acontecimentos que regiam as orquestras dos queridos a sua volta, e o preguiçoso e apático carrossel que vez por outra encontra-se animado o suficiente para acender uma lâmpada incandescente por 30', e nas horas cheias perambula numa vaga insatisfação com o mundo, com o brilho chulo das coisas, com morbidez esparramada dos dias, com a mesquinharia sorridente dos desconhecidos e brancos reluzentes num céu com cara de ontem, com a rapidez solúvel com que se constroem informações banalizadas, difundidas e abusadas como uma bunda baiana, ou uma puta global que faz rir num sofá de entrevistas num sábado a noite de 80 e poucos, ou a qualquer minuto no mesmo sofá em monitor por todo tubo difusor que atende por seu e obedece aos seus cliques.

o desinteresse é multiplicador de insatisfações.
secaram os estímulos, ou fecharam as torneiras d`onde jorravam meus amores por esse mundo e suas sensações indevassáveis por outras mentes, uma vez processadas pela minha.

meu amor já não é meu. assim me pediu por contrato: desmisture nossa vida, e que sejamos bons caldos de temperos divorciados e paixões impunemente delimitadas pelo meu crivo e consciência. nunca entendi o pedido, nunca retorqui o contrato. calei-me e recolhi meus cacos ao pé de um ouvido já nada obsequioso a minha voz. me escondi atrás de um espelho a minha imagem e semelhança. Pintei o desvio do olhar no meu auto-retrato, virei a esquina e teci uma infinidade de sorrisos providenciais aos futuros encontros de nossas próximas décadas. ensaiei meia dúzia de caras apáticas que escondessem a mutilação cruel que ele acionou com as simples palavras que impuseram nossa divisão.
lá se foram os futuros siameses, enterraram as memórias que viriam, afundaram meus planos dípticos e queimaram minha possibilidade dos dias em conjugação antecipada. (e o plural aqui não era mais dele e meu. meus múltiplos assumiram o comando a fim de organizar os destroços de um furacão que devastou toda estratégia de uma vida amorosa já roteirizada, cujo único processo faltante era o de filmagem, ao passo que até a pós produção já se encontrava finalizada.)
e assim morri pela primeira vez em vida.

afinal, é o amor mal vivido pior ou melhor que o amor não declarado?

dizem ser louco o amor.
digo ser louco o amado, sendo o amante, em toda circunstância e contexto, o são da história.
ao passo que sempre haverá no amor a estranha equação de dois amantes que se julgam sãos amando loucos amados, onde sequer a regra de três seria capaz de solucionar tal realismo e fatalismo cruzado destas malditas avarias da razão emocionada.
feliz da dupla que compartilha os segredos de travesseiro.
leves são aqueles que jogam aos céus de um quarto escuro, toda e qualquer culpa das atribuições malfeitas a respeito do sanatório que dorme ao lado.
o diálogo mais libertário é aquele que acontece nos momentos de loucura e humildade. Sublinhada aqui, a humilde alma que não carece de economias, mas deve gozar do ensejo para despertar seus sopranos, barítonos e tenores da arte do discurso e da eloquência.


perdi meu amor por mim enquanto amante.
perdi os encantos dos delírios de um futuro secreto.
perdi meu dicionário, minha vontade de expressar palavras entre pontos, dançantes por vírgulas, cravejadas de acentos e intentos surrealistas.
fugi do palco, desviei dos refletores, esqueci o texto e caí na penumbra de um lapso.
nesse momento encontrei-me defronte uma branca parede com um pequeno espelho emoldurado.
nesse momento pareço me enxergar de novo. gosto da sensação, mas desconfio da incerteza de sua longevidade.
o tempo não nos diz o que virá. ele não é retilíneo, horizontal e inalcançavel. ele é vertical e sobreposto em camadas concomitantes. ele nos mostra o que sempre esteve ali, mas não tínhamos a sensibilidade afinada e exigida para ver e interagir.
talvez por isso tenha sido difícil acreditar que o que me parecia palpável e sensível para um futuro previsto em sonhos conectores com os paralelos verticais, eram apenas ideais e ideias da minha imaginação. talvez por isso seja difícil me olhar hoje num espelho branco de um emoldurado dia e me reconhecer sem essa pilha de felizes dias imaginários.
isso não quer dizer que não seja bom me rever, mesmo com uma pilha torta de tempos sobrepostos.
é bom me rever, e será novo me redescobrir. me reconhecer.
nice to meet u, bints.

que nos encontremos no reino de nosso tempo futuro, em qualquer andar dessa pilha louca de ações e dias.
até lá e volte sempre.

lundi 13 juillet 2009

jeudi 9 juillet 2009

marcando presença.



não postar aqui não invalida ou diminui meus davaneios.

a expressão oral e escrita tem sido pouca, proporcionalmente inversa a confusão mental.

byebye