vendredi 28 septembre 2007

[perdi a torneira d'onde jorrava meu atrevimento]

duas horas com a página aberta e um texto à espera.
três telefonemas, um trabalho à fazer, muita besteira (longe de menosprezar, compartilhando com a pessoa certa, torna-se vital), e enfim me volto ao monitor pronto para deslizar pelo post sobre os 150 anos de Madame Bovary, escrito pela Tiburi em seu BlogLog.


O dia não foi harmonioso, e quem precisa afinar o dia se a noite nos presenteia com uma lua dessas?

diga-me, Pq olhar pr'aquela página virtual com o besouro pairando sobre a caduquice da tal madame que nunca li me despertou a vontade de abrir este bloco, também virtual, para com minhas falhas digitais batucar num ritmo desordenado, e indigno de ouvintes, este texto que por vós é lido e que não obstante nunca será comentado?!

ou pq nunca me recordo da regra dos "por:quês", abreviando-os sempre nas duas consoantes que casadas, nenhum som deveriam produzir?

pê+quê não dão vez ao r, ao o, e só simpatizam com e e u, por questões existenciais, como crianças "donas" da bola que extirpam da memória dos amigos "não merecedores" momentos mágicos com a redonda.

e onde moram as coisas antes de serem filtradas pelos nossos sentidos?

Onde moravam todos os santanas quantum brancos com frisos vermelhos antes de meu pai comprar o seu? e de onde surgiam tantos quand'eu bisbilhotava de seu interior os trânsitos ao redor?

onde morava a escassez antes de eu aprender essa palavra? e as redundâncias que inundaram minha vida após descobrir o significado de tal significante?

talvez por conta de todo esse mistério, chamemos de significantes àquelas pessoas que depois de morar um tempo em nossa retina e concertar para o encanamento de nossas memórias, são vistos, imaginados e projetados em cada caneca, retrato, esquina, sinal fechado, armário aberto, café cuado e espelho quebrado que nos cruzam a nuca, e no ápice de um momento inventado, invadem os pêlos, atiçam as narinas e irrigam as palmas enquanto pulsamos plaquetas e produzimos gametas em corpos não nossos chafurdados em idéias.

pra quê jogar ao vento coisa tal qual tormento, bigorna e maçã que de ballet não entendem e da queda não sentem nada além de um mal alinhavado traço, em linha lerda, ora perfeita, que outrora estatela e dos olhos só roubam um momento pra lá de palerma?

ao vento taquemos roupas, letras, plumas, jornais, areia e plásticos sacos solistas que nos enchem os ouvidos com clássicos ao piano, órgão, violino e cítara, e nos aprisionam em caixinhas, apertados entre o anel de formatura d'avó e um banhado rolex realizado em pontuar-se apenas uma vez a cada manhã!

deleitemo-nos pois com tal heresia, pois aplaudem em silenciosos reflexos, o brilhante pas-de-deux em plena luz do dia.

dê corda, menina, cá embaixo que lá em cima já não há clima e antes que a tampa metida nos roube a claridade, quero um pouco mais de leveza, rodopios e saudades.

ora pois, seu chico, não jogue pedras na geni
que as mereço muito mais
pois cusparadas também são bem vindas
às mãos deste pobre rapaz
que aos vossos olhos relampeja
um pouco de palavras desconexas e nada mais.

boa noite ao andarilho que por paciência aqui chegou,
sem muitos assobios parta logo sem rancor,
que não há mais arparia que me torne ainda imune
à sua ira intraduzível pelo tempo perdido neste post sem amor.

quando eu ler o post da tiburi, volto e comento o que necessário for!

[perdi a torneira d'onde jorrava meu atrevimento, recom.penso qualquer gentil encanador]

jeudi 20 septembre 2007

requerimento!

"Viver requer a disciplina de ser invisível.
Todos querem aparecer.


O mundo não é feito sob minha medida.
Nada envelhece sem alguma violência.
Nada altera a raiva com que nasci."

d'aquisição da Bienal - CINCO MARIAS - Fabrício Carpinejar.




carol, fabro, yo e os óculos trocados! =D

vendredi 14 septembre 2007

eu os declaro CULPADOS! ahahaha

51 VISITASSS E NENHUM NOVO COMENTÁRIO??????????

MEU BLOG TÁ FEDENDO POR ACASO???

QUE EVASÃO É ESSA?

SERÁ QUE O QUE ESCREVO NÃO DESPERTA NEM A MÍSERA VONTADE DE DIZER... SEU MERDA, NÃO PERCEBEU AINDA QUE SÓ ESCREVE PORCARIA?

CACETEEEEE!!!! POR ACASO TO ESCREVENDO PRAS PAREDES???????????????

SERÁ QUE NEM À BEIRA DA MORTE DE MEUS 23 ANOS EU MEREÇO UMA PALAVRINHA?? PODE SER MONOSSÍLABA, JÁ ME DEIXARÁ BEM FELIZ!

SE O CONTADOR NÃO TIVESSE DENUNCIADO AS VISITAS, ESSAS PALAVRAS CERTAMENTE Ñ SERIAM ESCRITAS AQUI! ENTÃO... A CULPA DESSE ESTRESSE, DO MEU OLHO VERMELHO, DA CASPA QUE EXPLODE CADA VEZ QUE EU TENHO UM ATAQUE NERVOSO E DA GASTRITE QUE ME CASTIGA CADA DIA MAIS... É TODA SUA!!!!

mardi 4 septembre 2007

papo de msn



3...2...1 diz:
eu acabei de descobrir que me sinto vivo deixando as coisas pela metade, pq encerrar é como matar, dar o braço a torcer para a passagem do tempo. para o fim de tudo!
por isso sempre vivo nos dead lines. =[ arrastando tudo com a barriga, até quando der.

samedi 1 septembre 2007

[registros]


do baú]

Registre-se, acumule papéis, gaste durex, rolos de filmes, caixas de dias.
É para isso que vivemos.
Somos apenas acúmulo.
Registre-se.
Não há outro meio de ser. Sem registro não se é, não se vive, não se pode muito.
Um pequeno lapso no baú dos registros e toda a culpa recai sobre você.
Como não lembra?
REGISTRE-SE!
Certidão de nascimento, 'xeroxes' sem fim, identidade, documentos, álbuns, cadernos, etapas, bandeiras na lua, orkut, fotologs, livros, manuscritos, hieróglifos em paredões monumentais, cuspidas de tinta carmim sobre mãos em pedregulhos e cavernas...
REGISTRE-SE!
Seja você, seja feito de lembranças, recentes, antigas, centenárias, vividas, assimiladas, resgatadas nos parques, em conversas com um caco da infância que insiste em cruzar o caminho...
REGISTRE-SE!
Entregue-se a vida, escreva um livro e registre suas palavras, plante uma árvore e registre seu nome nela, tenha filhos e deixe seu sangue registrado em outros corpos, seu sangue que não é seu senão por infinitos registros de códigos, genética, combinações, transmutações, até nisso somos registro do que passou
...registre-SE...
Anote, contemple, memorize, decore, aprenda (?)... Ora, o que é o aprendizado senão aquele registro a ferro que dura visível e acessível até o próximo incêndio e a próxima deformação?
Somos montanha, nos reconhecemos em meio ao lixo, somos o castelo de areia temeroso em desmoronar com o tempo, com o vento, com a linearidade imposta dos nossos registros. A isso não somos imunes, pois nos tornamos idealizadores, executores e objetos da própria linearidade organizacional que rege tudo aquilo que, para e pela evolução, deve ser registrado.
RE-GIS-TRE-SE!
Tire fotos, cerque-se de indivíduos com boas memórias, então dê a eles um banquete de bons momentos, boas histórias, recordações ternas, inesquecibilidades, fidelidades, infinitudes, cicatrizes profundas, marcas de um tempo saudoso...
Registre-se o quanto antes, pois o Alzheimer pode chegar e a margem será seu único porto.
Registre suas idéias, aparências, seus amores, suas vontades, seus momentos, seus bilhetes, tickets, loucuras, lacunas preenchidas e aforismos que parecem sustentar os pilares invisíveis desse mundo.
REGISTRE-SE E SOBRETUDO ENCONTRE-SE, MOSTRE-SE, PERMITA SER REGISTRADO, DOE SEUS MELHORES ÂNGULOS, SEUS MELHORES PONTOS DE VISTA, SUAS MELHORES LEMBRANÇAS, PIADAS E CANTADAS. Doe sua essência que é única mas faminta como todas as outras.
Faminta por registros, memórias, quilometragens, linearidades, passagens. Não tenha medo de cair na obesidade dos registros, não finja ter menos bagagem do que realmente coletou ao longo das caçadas. Não se envergonhe de ter rodado mais, acumulado mais contas em banco, boletins escolares, receituários médicos, notas fiscais, listas de mercado, solas gastas, roupas furadas, chaves perdidas. Não mascare seu baú, não troque seu armário por uma caixinha de fósforo, não tema ser um saco de registros sem platéia, um livro sem a dança dos marca páginas, um velho acumulado de boas, agora já desinteressantes e velhas lembranças.
Esqueça-se um pouco, esqueça da vida, esqueça as chaves, os horários, os dias, as contas, os acúmulos, os freios, o tempo, a organização dos pratos, a localização dos hiatos e o caminho da padaria à loteria.
Esqueça a lógica, a retórica, troque arbustos, mistures cabrestos, sorria aforismos descasados, permita a falta de nexo, desfile suas mangas pela caixa de pregadores espelhados que o saco não suporta, mas o celular aposta que ganha.
Perca o sentido, seja o rabisco que o cabelo faz ao palhaço sem nabo de barco rouco com peruca de anel de gato blindado.
Esqueça da laranja das sem mentes e garatujas passeatas da imaginação reflorestada no poente do mar de mel que o besouro não ousou fotocopiar nas ruelas sem sons e arestas sem ar.
Ai que saudades que tenho das lembranças futuras que somente e genuinamente as poesias dadaístas que jamais plantei, libertavam sem perdurar.


do baú]