samedi 17 janvier 2009

Baseado em quê?



Do que te cercas?
o que entra na sua casa,
no seu quarto?
quais cores, cheiros, sabores?
de quantas formas precisa?
quantas peles, janelas, cantos?

que sons te embalam, que texturas,
quantas luas?

baseado em quê?
ancorado em quantas pernas,
quais palavras,
quantas linhas?
embalado por quantas páginas,
quais as notas, em qual escala?

andando sobre quais calçadas,
quantas ruas?
baseado em qual cais,
encostado em qual pilar?
quantas pilhas, quanta carga,
qual o peso, quanto acumulo?

que cores te levam, quais lençóis?

quantos sóis te queimam,
quantas flores te encantam,
e pessoas te querem?

onde deitas, como comes,
quando sentas?
a quem paga,
quem te cala?

como aguenta tanta coisa com memória tão pequena?

como vive tão cercado, cerceado pelos dias?

quem organiza tão pouco tempo, limitado pelo vento?

a vida leve exige os mecanismos de um caça-níquel.
sempre sorteando três focos por vez,
alguns gerando ganhos e sorrisos infindáveis
outros na miséria das frustrações.

o feliz ambicioso não tarda a lembrar-se daquilo que para o frustrado
é o símbolo de esperança e renovação.
baseado em quê?
não importa... aperte logo a alavanca
e que girem até parar no sorteio dos três elementos da vez.





mercredi 14 janvier 2009

frugal




pensando sobre o que me resta de velho nas geleiras derretidas dos últimos dias, enquadrei como frugal uma certa coexistência q há mto me acompanha.
E pensando em frugalidades, ainda intuindo seu significado, refleti sobre como tenho me sentido destemperado e pq não frugal?
Poderia para por aí, fazer cara de personagem europeu de filme denso e ir dormir, mas ainda estava apenas intuindo sobre o que diabos isso tudo poderia significar.
Recorri ao dicionário e como já havia acontecido antes, achei nele a definição que procurava pro meu atual estado de espírito.
Comecei com frugalidade e cheguei a temperança e a sua primeira definição segundo o Moderno Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis on line:

tem.pe.ran.ça
sf (lat temperantia) 1 Poder ou virtude pela qual o homem pode refrear os apetites desordenados.

bingo!
a desordem me organiza em turnos de lamentação, contemplação estática dO nada, alimentação e descanso.
os apetites me causam dor de cabeça, tonteiras e crises do labirinto espiralado onde perco minha energia, minhas memórias e meu foco.

me sinto diante de um espelho côncavo sem a base de cálculo do ponto focal, tentando no ensaio e erro encontrar a resposta certa.

desta situação destaco o erro de tentar ensaiar uma diretriz de certeza.