mardi 5 novembre 2013

lampejos de insônia

Acho que nasci(emos) na época da construção dos conglomerados.
Dois gráficos deste link (que me despertou todo esse arranjo a seguir) mostram movimentações de 80 e 90 pra cá.
Acho que nasci(emos) na época da construção dos conglomerados.
Dois gráficos mostram movimentações de 80 e 90 pra cá.

É muita discussão, ensino e aprendizado, venda de livros, buscas incansáveis sobre como VENCER A CONCORRÊNCIA, enterrar o adversário ou FUNDIR e DOBRAR OS LUCROS.

Quem tem tempo de plantar, criar, construir com as mãos, compartilhar quando trabalha pra comprar? e pra comprar o seu!? pra si? Quem quer tempo pra isso, pra si, pros outros, se a troca for por um menor poder de compra?

Não compramos nada além de ilusão.
"The Illusion of Choice"

Isso me fez lembrar o cancelado seriado Touch e sua ilustração de uma mega empresa que raptava 'inteligências' pra dominar o mercado através da descoberta de um algoritmo 'sagrado' capaz de prever padrões comportamentais, econômicos (o futuro) ou algo desse tipo. Era citado como a sequência de Deus.

E o que fazemos online senão fornecer dados de consumo, interesses, expectativas, em suma comportamentos de quem trabalha pra comprar!?

Quando vc escolhe uma carreira, uma graduação, uma visão política, quando você escolhe um produto, vc é uma célula de atuação econômica, social e política. Parece tão claro que não entendo quando alguém se faz de rogado.

A ignorância é benção mesmo, pra quem tem medo de se ver fora do controle da própria vida.

No hay banda. No hay controle.

Eu, como qualquer outro, anseio pelo consumo, seja de um produto físico, de uma ideia, de um ideal, de um estilo de vida, de um pedaço de tempo/espaço/ações pra chamar de meu.

Passar pela vida sem fazer cosquinha no mundo certamente não é passar pelo mundo sem ser atados em algumas cordas, sem receber alguma atenção das estatísticas.

Sabe o jargão :você não está preso no trânsito, você é o trânsito!: Então...
Não há sistema! Você é o sistema. Peça fundamental de um arranjo 'impossível' de se enxergar macroscopicamente, 'impossível' de entender microscopicamente.

Enquanto isso vivemos em busca de prazeres e entretenimento. Um preenchimento anestesiante dos dias. Algo que faça valer a pena as suadas horas em que nossa bunda fica sentada trabalhando pelo dinheiro que cairá no fim do mês.

é mta paranóia? sei lá. Mas não há outro mundo, né?
Isso me lembra da incrível Besta é tu dos Novos Baianos (de refrão martelante e cadência sensual que pergunta fazendo carinho de pena que sacode o corpo - Porque não viver? / Não viver esse mundo / Porque não viver? / Se não há outro mundo / Porque não viver? / Não viver OUTRO mundo...)
E da felicidade proporcionada pela interação social/afetiva com alguns poucos que vão cruzando meu caminho, (ultimamente e) quase sempre através de um bom lubrificante social alcóolico e gelado!

Afinal, o que servem as mesas de bar, senão pra discutir visões de mundo?
O que acham? Quem topa uma gelada pra falar mais do assunto?