mercredi 7 novembre 2007

viva agora, não aguarde a fila do dia 5.


de que adianta uma educação que preenche sem fazer brotar?

nos sobra vivências disperdiçadas num "de" e nos falta a oferta de vidas "para".

quem vive de "sua paixão", quem a põe, em primeiro lugar, como forma "de" sustento, sufoca o "para", a entrega ingênua, contestadora, curiosa e criativa, que qualquer passionalidade exige.

imagine van gogh sem theo? vivendo "de" arte. sustentando-se de quadros milionários. escutaria até hoje, com ambas as orelhas, as asas batendo daqueles que sobrevoam seu túmulo sem talvez sequer nos deixar metade das obras que pintou.

fazer do fim, um meio é perder-se no início de tudo. dedicar-se ao fim desde o início, faz da recompensa posterior um meio além do esperado, desrespeitoso à linhas do tempo.

demarque sua partida, curta sua estrada, goze no fim sem esperar vida após a morte. se ela de repente chegar, é bônus. se ela não vier, curta seu cadáver, acrescente em seu currículo, acumule mais e mais fins dos quais se orgulhará e dos quais os meios serão prazerozas descobertas.




"vivemos de galho em galho. ou comemos e curtimos as bananas, ou abortamos e vendemos nossos cachos."

1 commentaire:

  1. Olá Robson. Quero comentar outro texto, mas temo que as pessoas não leiam comentários em textos anteriores. Adorei o seu "crânio tamanho 56 do Panamá". O texto é ótimo. Até mais!

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