mercredi 14 novembre 2007

O assunto é velho, como a vontade de vomitar que o mesmo me fez sentir.


Alguém assistiu Tropa de Elite?????

Alguém prestigiou e aplaudiu o trabalho dos nossos atores, diretores, cabomen etc, que recriaram em "farsa" uma parte da nossa realidade da qual pouco podemos nos orgulhar?
Onde mora o orgulho pelo desenvolvimento do cinema brasileiro e onde mora o orgulho por escancarar às estrelas nossas falhas e defeitos mais vexatórios?
Aplaudir um filme que produz ânsia de vômito, falta de ar e taquicardia com reproduções (cinematográficas? amenizadas? ensaiadas? dirigidas e tal qual as capas da playboy, melhor iluminadas e retocadas?) de crueldades que não precisam ser vistas para serem terríveis em nosso imaginário, não seria, em alguma instância, compactuar com um movimento, 'EU TB ME SINTO MAL POR ISSO ESTAR ACONTECENDO E NÃO SEI O QUE FAZER, POR ISSO APLAUDO, PIRATEIO E ALASTRO ESSE SUCESSO NACIONAL' somente com uma vontade oculta no subconsciente, de se ver absolvido de culpa de toda essa merda?


Ora, os filmes, aclamados, de ação estadunidenses atocham e envolvem seu eleitorado com muitas dúzias de verdade chafurdadas em ficções e hipérboles que elevam ao ridículo e vendável o que eles têm de podre e de anti-séptico para podridões. Tiram o band-aid, tatuam uma carpa por cima da ferida, para depois parir um MEGA-HERÓI que após ser limpo de todo sangue do parto é coroado por ter amputado o membro d'onde sangrava a ferida do mencionado band-aid. E assim dormem tranqüilas as consciências gordas que se encantam com o herói da ficção, esquecendo que as soluções em película são farsas para problemas reais.

Então pq nós, brasileiros, não poderíamos ovacionar um herói mais real que falsário, que carregou seu pequeno balde para apagar um enorme incêndio, mesmo que em sua corrida, tenha produzido algum sopro de ar que alastrou mais o fogo para os lados? Não apenas em "TROPA", mas têm formado uma verdadeira frota, os recentes (e tb nem tão novos assim) filmes brasileiros que contém atrocidades do passado "de há muito" e do passado "merecedor de espaço na retrospectiva anual feita pela mídia". Parece que tortura, sangue, feridas e dor, ensinam, aglomeram e estreitam laços de afinidade e fraternalidade entre os habitantes do nosso país. Ou nos agregamos e gritamos pela bola da rede, ou pelos corpos no chão. Corrompidos estamos todos e não todas as organizações falhas. Errados estamos todos e não porções mal treinadas, mal organizadas e mal pagas de pessoas que já nasceram no erro.
Não adianta distribuir BOPES E IBOPES pelos morros com seus helicópteros, sacos plásticos e miras certeiras, se concomitante, não houver militância, vontade e garra para desenvolver um trabalho de educação GERAL da raça humana, que parece ver em seus próprios semelhantes, exemplares de ameaças e desprezos que não merecem mais atenção que nossa pessoal vontade por um produto qualquer! Adaptar tragédia para cinema, rende prêmios, adaptar grandes conquistas de paz e crescimento social, rende uma vaga na prateleira de documentários das videotecas escolares. O mundo não está errado, ou de pernas pro ar. Na verdade não há nenhum problema ou solução recém nascidos. Há tempos que muita coisa acontece. A evolução científica e tecnológica NÃO CESSA, enquanto a evolução do homem enquanto ser vivo que NUNCA estará sozinho e sempre viverá por si e por todos, parece ter regredido ao período neolítico. Isso pq nossas vontades estão distorcidas e retraídas ao próprio estômago. Nossos valores estão invertidos e desvalorados na Dow.Jones. Nossas ações não rendem frutos ou gritos histéricos nos pregões da vida. Nossos investimentos não dão retorno líquido satisfatório, ou válido por mto tempo. Eles retornam com um lucro BRUTO E PERECÍVEL.
Mas de que vale, mesmo, tentar mudar se uma vida nessa avalanche de existência é como um milésimo de grão de areia no deserto?
O que faz o vento, no deserto de existência, senão assoprar milhões de unidades granuladas, cada uma com sua importância, que ao fim delineiam cortinas incríveis e balés fascinantes debaixo de sol quente e calor desanimador. Onde há vento? Onde foram parar os valores das idéias e dos pulmões?
AH sim! o valor das idéias foi parar no comercial de banco. E a potência do vento pessoal também, em breve, receberá sua atenção do marketing e virará produto. Pq tudo podemos naquele que nos financia, certo?
Afinal, quem financia quem?
Quanto vale seu passe no time da vida?
Quanto renderia seu sorriso enquadrado em 30 segundos?
Quanto você renderá à HISTÓRIA da humanidade? Uma linha? Um parágrafo? Um capítulo ou uma Série em volumes?
Será que cada um sabe onde pisa, do que ri e para quem, ou o quê junta as palmas das mãos em colisões ritmadas e entusiasmadas?
Onde está o poder de si, senão na capacidade de perceber-se PARTE integrante de um mecanismo indissociável? Até quando peças desse motor serão convencidas a repetir o mesmo movimento sem improvisos ou vontades!?

ATÉ QUANDO uma tropa acéfala? a partir de quando uma frota ativa?

[carcaráááá. PEGA! MATA E COME! carcaráááá. NÃO VAI MORRER DE FOME! carcaráááá. MAIS CORAGEM DO QUE HOMEM! carcaráááá. PEGA! MATA E COME!]
[as mãos dizem, "aqui na terra, vence quem vidrar seus olhos na tela mais próxima"]
"A janela sobre o mundo pode ser coberta por um jornal"
Stanislaw Jerzy Lec
"A missão da imprensa é divulgar a cultura ao mesmo tempo que destrói a capacidade de concentração"
"Não há mais produtores, só representantes de vendas"
Karl Kraus
Cultura é cultivo. Regue as sementes, brotos e árvores de sua preferência mas, não esqueça que também pode plantar suas próprias. Somos (ou deveríamos ser) jardineiros e admiradores(consumidores?), atores e platéia de nossa própria cultura.

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