samedi 17 novembre 2007

CARCARÁÁÁÁÁ!


"lá no Sertão
é um bicho que avoa que nem avião
é um pássaro malvado
tem um bico volteado
que nem gavião!"

http://www.youtube.com/watch?v=WfSXTz-QQsI&feature=related

3 é demais!!

O três é a resposta pra conexão quântica entre o palpável e o mistério desse mundo louco.
"O sistema" é uma nomenclatura simplista demais pra todas aquelas convenções antiquíssimas que infelizmente parecem imunes a mudanças e que como bolas de neve, vêm crescendo e arrastando reles mortais que talvez nunca descubram a proposta de vida e felicidade plena que tanto é falada e tanto é vendida, travestida em qualquer produto que nos ofereça um prazer mínimo e rapidamente esgotável. Não falo com nenhuma propriedade de quem está de fora, mas falo como quem tenta sempre olhar pra fora e abrir brechas em momentos únicos de pura admiração e companheirismo. Momentos de encontros de alma, onde nada mais importa. E é engraçado constatar que esses momentos são sempre regidos por três presenças. 3 almas, 3 diferentes corpos, 3 diferentes cabeças. 3 é demais! Não demais de excessivo, mas um demais adjetivado. 3 é a máxima do cosmos, pelo menos a máxima da terra é! Sol, Terra e Lua. Como explicar essa relação? Explicações não são necessárias quando se está com sua terra e sua lua.
O chão e o Céu. Os limites pro infinito. Os extremos da gangorra, onde o meio sou eu. E pro outro sou extremo. Sou ora céu, ora terra. As instâncias da vida deveriam vir sempre pautadas na trindade, santíssima pra cada um. Pouparíamos tempo de busca pelos dois elos. =]
Se bem que encontrar os parênteses que nos abraçam não é tarefa árdua, nem trabalhosa e quando nos sentimos conteúdo desse conjunto, o prazer e a gratidão são imensuráveis.


[Buah-Ha - The Bubble, Israel-2006 by Eytan Fox]

mercredi 14 novembre 2007

O assunto é velho, como a vontade de vomitar que o mesmo me fez sentir.


Alguém assistiu Tropa de Elite?????

Alguém prestigiou e aplaudiu o trabalho dos nossos atores, diretores, cabomen etc, que recriaram em "farsa" uma parte da nossa realidade da qual pouco podemos nos orgulhar?
Onde mora o orgulho pelo desenvolvimento do cinema brasileiro e onde mora o orgulho por escancarar às estrelas nossas falhas e defeitos mais vexatórios?
Aplaudir um filme que produz ânsia de vômito, falta de ar e taquicardia com reproduções (cinematográficas? amenizadas? ensaiadas? dirigidas e tal qual as capas da playboy, melhor iluminadas e retocadas?) de crueldades que não precisam ser vistas para serem terríveis em nosso imaginário, não seria, em alguma instância, compactuar com um movimento, 'EU TB ME SINTO MAL POR ISSO ESTAR ACONTECENDO E NÃO SEI O QUE FAZER, POR ISSO APLAUDO, PIRATEIO E ALASTRO ESSE SUCESSO NACIONAL' somente com uma vontade oculta no subconsciente, de se ver absolvido de culpa de toda essa merda?


Ora, os filmes, aclamados, de ação estadunidenses atocham e envolvem seu eleitorado com muitas dúzias de verdade chafurdadas em ficções e hipérboles que elevam ao ridículo e vendável o que eles têm de podre e de anti-séptico para podridões. Tiram o band-aid, tatuam uma carpa por cima da ferida, para depois parir um MEGA-HERÓI que após ser limpo de todo sangue do parto é coroado por ter amputado o membro d'onde sangrava a ferida do mencionado band-aid. E assim dormem tranqüilas as consciências gordas que se encantam com o herói da ficção, esquecendo que as soluções em película são farsas para problemas reais.

Então pq nós, brasileiros, não poderíamos ovacionar um herói mais real que falsário, que carregou seu pequeno balde para apagar um enorme incêndio, mesmo que em sua corrida, tenha produzido algum sopro de ar que alastrou mais o fogo para os lados? Não apenas em "TROPA", mas têm formado uma verdadeira frota, os recentes (e tb nem tão novos assim) filmes brasileiros que contém atrocidades do passado "de há muito" e do passado "merecedor de espaço na retrospectiva anual feita pela mídia". Parece que tortura, sangue, feridas e dor, ensinam, aglomeram e estreitam laços de afinidade e fraternalidade entre os habitantes do nosso país. Ou nos agregamos e gritamos pela bola da rede, ou pelos corpos no chão. Corrompidos estamos todos e não todas as organizações falhas. Errados estamos todos e não porções mal treinadas, mal organizadas e mal pagas de pessoas que já nasceram no erro.
Não adianta distribuir BOPES E IBOPES pelos morros com seus helicópteros, sacos plásticos e miras certeiras, se concomitante, não houver militância, vontade e garra para desenvolver um trabalho de educação GERAL da raça humana, que parece ver em seus próprios semelhantes, exemplares de ameaças e desprezos que não merecem mais atenção que nossa pessoal vontade por um produto qualquer! Adaptar tragédia para cinema, rende prêmios, adaptar grandes conquistas de paz e crescimento social, rende uma vaga na prateleira de documentários das videotecas escolares. O mundo não está errado, ou de pernas pro ar. Na verdade não há nenhum problema ou solução recém nascidos. Há tempos que muita coisa acontece. A evolução científica e tecnológica NÃO CESSA, enquanto a evolução do homem enquanto ser vivo que NUNCA estará sozinho e sempre viverá por si e por todos, parece ter regredido ao período neolítico. Isso pq nossas vontades estão distorcidas e retraídas ao próprio estômago. Nossos valores estão invertidos e desvalorados na Dow.Jones. Nossas ações não rendem frutos ou gritos histéricos nos pregões da vida. Nossos investimentos não dão retorno líquido satisfatório, ou válido por mto tempo. Eles retornam com um lucro BRUTO E PERECÍVEL.
Mas de que vale, mesmo, tentar mudar se uma vida nessa avalanche de existência é como um milésimo de grão de areia no deserto?
O que faz o vento, no deserto de existência, senão assoprar milhões de unidades granuladas, cada uma com sua importância, que ao fim delineiam cortinas incríveis e balés fascinantes debaixo de sol quente e calor desanimador. Onde há vento? Onde foram parar os valores das idéias e dos pulmões?
AH sim! o valor das idéias foi parar no comercial de banco. E a potência do vento pessoal também, em breve, receberá sua atenção do marketing e virará produto. Pq tudo podemos naquele que nos financia, certo?
Afinal, quem financia quem?
Quanto vale seu passe no time da vida?
Quanto renderia seu sorriso enquadrado em 30 segundos?
Quanto você renderá à HISTÓRIA da humanidade? Uma linha? Um parágrafo? Um capítulo ou uma Série em volumes?
Será que cada um sabe onde pisa, do que ri e para quem, ou o quê junta as palmas das mãos em colisões ritmadas e entusiasmadas?
Onde está o poder de si, senão na capacidade de perceber-se PARTE integrante de um mecanismo indissociável? Até quando peças desse motor serão convencidas a repetir o mesmo movimento sem improvisos ou vontades!?

ATÉ QUANDO uma tropa acéfala? a partir de quando uma frota ativa?

[carcaráááá. PEGA! MATA E COME! carcaráááá. NÃO VAI MORRER DE FOME! carcaráááá. MAIS CORAGEM DO QUE HOMEM! carcaráááá. PEGA! MATA E COME!]
[as mãos dizem, "aqui na terra, vence quem vidrar seus olhos na tela mais próxima"]
"A janela sobre o mundo pode ser coberta por um jornal"
Stanislaw Jerzy Lec
"A missão da imprensa é divulgar a cultura ao mesmo tempo que destrói a capacidade de concentração"
"Não há mais produtores, só representantes de vendas"
Karl Kraus
Cultura é cultivo. Regue as sementes, brotos e árvores de sua preferência mas, não esqueça que também pode plantar suas próprias. Somos (ou deveríamos ser) jardineiros e admiradores(consumidores?), atores e platéia de nossa própria cultura.

mardi 13 novembre 2007

'la'p'ços de memória'


'la'p'ços de memória'
Upload feito originalmente por b_binhu
laços pretos amarrados aos indicadores, polegares, anulares, médios e mindinhos para não esquecer que a qualquer hora posso regar a vida com lembranças!

sempre vou preferir o meu agora!

a afirmação saiu da minha cabeça para, dois milésimos de segundo depois, me amedrontar entre memórias empoeiradas de tempos medonhos, sobreviventes em papéis amarelados e timbrados no verso, como papéis de parede que escondem um tesouro do passado. Um tesouro brega, porém tesouro. Quanto de mim lembro de verdade e quanto completei com fragmentos de registros ínfimos e impressos de tempo? Quanto das lembranças assimiladas pelos adultos e repetidas a cada natal, cada aniversário, cada páscoa, da minha feliz infância, eu adotei por osmose, ou apego por uma boa narrativa?
Quando se é criança e se ouve sobre uma infância que não volta e que não lembramos ter vivido, nos resta apenas refilmar as cenas do jeito como nos juram ter acontecido?
Mas isso é ter sua vida dirigida por segundos! Ainda que nos segundos aconteçam as ações, sempre que tomo consciência dos estragos, ou contribuições, das versões alheias de um movimento meu, penso em viver com rec apertado, comemorando (tornando memorável) cada frame passado, cada sequência vivida, cada iluminação perfeita, indireta, cegante, cada enquadramento abrangente, exclusivo, repetido, parcionado, cada cenário cheiroso, fedido, bonito, harmonioso, caótico, cada trilha bailante, lentinha, embalante, arranhada, preferida, misturada, mixada, repetida e dançada.
É!! O agora sempre vai ser preferência! Mesmo os acúmulos resgatados de um baú são incorporados num agora, certo? Me parece absurda a idéia de disperdício de tempo com lembranças.
Ora se não são momentos novos!?
Cada relembrança de velhos tempos é resgatada sob nova ótica, novo contexto (ou velho mesmo) e registrada no agora que amanhã já será lembrança.

mercredi 7 novembre 2007

viva agora, não aguarde a fila do dia 5.


de que adianta uma educação que preenche sem fazer brotar?

nos sobra vivências disperdiçadas num "de" e nos falta a oferta de vidas "para".

quem vive de "sua paixão", quem a põe, em primeiro lugar, como forma "de" sustento, sufoca o "para", a entrega ingênua, contestadora, curiosa e criativa, que qualquer passionalidade exige.

imagine van gogh sem theo? vivendo "de" arte. sustentando-se de quadros milionários. escutaria até hoje, com ambas as orelhas, as asas batendo daqueles que sobrevoam seu túmulo sem talvez sequer nos deixar metade das obras que pintou.

fazer do fim, um meio é perder-se no início de tudo. dedicar-se ao fim desde o início, faz da recompensa posterior um meio além do esperado, desrespeitoso à linhas do tempo.

demarque sua partida, curta sua estrada, goze no fim sem esperar vida após a morte. se ela de repente chegar, é bônus. se ela não vier, curta seu cadáver, acrescente em seu currículo, acumule mais e mais fins dos quais se orgulhará e dos quais os meios serão prazerozas descobertas.




"vivemos de galho em galho. ou comemos e curtimos as bananas, ou abortamos e vendemos nossos cachos."

lundi 5 novembre 2007

Como equilibrar-se no banquinho de schopenhauer?

Como equilibrar nossas "fontes de prazer e auto-estima"?

[fontes: uma deriva dos bens, uma deriva da reputação e uma deriva da personalidade]

Traduzindo em miúdos, schopen acreditava que a raça humana extrai prazer e alimenta auto-estima através do TER, do APARENTAR e do SER.

E eu pergunto-me: como não enlouquecer depositando em objetos e cérebros alheios um pedaço importante do nosso sustento emocional?
Acredito sim, [hoje!] que nos refletimos aos cacos, nas pequenas semelhanças e ou diferenças radicais opostas, em cada outro ser de mesma espécie com o qual nos relacionamos com certo grau de contato, medido através da quantidade de sentidos envolvidos no conhecimento do outro. Acredito, também! que o sentimento de posse e seu negativo de desejo frustrado influi no humor, e talvez até um pouco mais profundo, no estado de espírito de alguém. E acredito mais ainda que tudo que acontece a um indivíduo depende em uma instância muito alta, do que se passa em sua cabecinha oca ou não!

É fato também que nos deixamos ser regidos por vontades. Vontade de agradar, vontade de parecer, vontade de preencher, de representar, de ser, de estar de caber, de sobrar, de merecer... e enquanto houver vontade, haverá frustração... batido, não?
Verdade?
Não creio!
Enquanto houver vontade de algo unida à preguiça, ou inércia, haverá frustração das grandes.
E se houver vontade acompanhada de pró-atividade, garra, gana, respeito a si mesmo, às suas possibilidades de alcance, ao auto-aprimoramento, à atenção para consigo, acho que haverá maturidade para aceitar alguma possível falha, inteligência para moldar o desejo e ou alegria para gozar da conquista. Mas talvez isso não seja tudo!
Veja bem que não tento concluir nenhum devaneio sobre o ser e suas nances de felicidades e derrotas. Apenas, como o próprio nome do blog já diz, estou divagando sobre um desenfreado e desmedido devaneio daqueles latentes que me pega pra cristo sempre que minha mente está aparentemente vazia.

Portanto, como eu ajo; quem sou eu nas retinas alheias; o que eu tenho e quero e quem eu sou ainda não posso definir com precisão e acho que nunca poderei! Talvez alguns historiadores o façam após o fim da minha vida, quem sabe? hahahahaha
Brincadeiras à parte, sabedoria para aceitar que tudo nesse mundo é TÃO INSTÁVEL QUANTO UM BARCO EM TEMPESTADE, TÃO MUTÁVEL QUANTO UM FETO EM GESTAÇÃO E TÃO FÁCILMENTE TRANSFORMADO QUANTO UMA NUVEM EM CÉU VENTANIOSO, é o que procuro buscar no momento.


[tentações não são desejos imponentes que nos causam medo?]

jeudi 1 novembre 2007

receita

uma boa dose de rancor e silêncio
com doses extras de felicidade
ironia, palhaçadas adicionadas de
ódio, neuras, pecados rechados de
divertimentos, condimentos e desejos com muito
chantilly e um balde de confianças mergulhado
num container de frustrações.
muito sério,
~~ muito chato,
muito retardado,
~~ muito alegre,
muito sorridente,
~~muito viajante,
muito filósofo,
~~muito fascinante,
muito entediante,
~~muito normal,
muito peculiar,
~~muito sereno,
muito atuante,
~~muito preguiçoso,
muito pedante e muito humilde,
~~muito falante,
muito aventureiro e muito medroso,
~~muito gratuito e muito careiro,
muito cortante,
~~antioxidante e antiséptico mas,
muito na minha.
assim sigo com um mundo em combustão
~~ dentro de um crânio tamanho 56 do panamá,
tentando ser um pouco de cada muito.