achado e reachado
postei isso no flog em algum dia de 2004 ou 2005, há poucos meses o achei em um cd velho e postei no "novo" flog, e agora vasculhando esse "novo" flog o reencontro foi legal e me fez ter vontade de publicar um fragmento de um desabafo antigo e sempre atual.
[...]
existem pessoas que não têm escolha
ou tomam sorvete de milho verde(ergh) ou não tomam nada!
e assim é a vida!
muitos gastam dinheiro com profissionais analíticos
que acreditam poder dar a "solução" para seus problemas
ou apenas ajudar você a encontrar essa solução!
não creio que haja um ser humano completo que seja autosuficiente
mas acredito que não é necessário pagar para se resolver enquanto gente normal com
problemas normais!
admiro pessoas que estudem pessoas
e admiraria mais ainda se elas se limitassem a escrever livros com suas descobertas,
propagando assim suas pesquisas, e aprendizados!
mas daí a cobrar consulta?? é pretensão demais!
é capitalismo entranhado na veia!
então se eu sei fazer um delicioso pudim, ou gosto de escutar as pessoas,
esse meu dom pra culinária, ou paciência de jó, enfim, essas qualidades são produtos.
onde termina a mera virtude e nasce o grande "fazedor" de produtos??
onde começa a ganância???
certamente no término da boa vontade e da assistência ao próximo!
por que tudo hoje em dia tem que ser convertido em moeda??
em que dado momento da história isso começou?
outro dia me peguei pensando sobre a diferença entre a arte encomendada e a arte fluente.
e tudo me pareceu mesquinho e complexo demais.
talvez toda essa balela tenha começado quando foi instutuido que seria necessário pagar para viver.
está com fome? não vá caçar, ou colher, ou cultivar alimento... Não!
pra que fazer isso??? eu faço por você e você paga a mim!
mas não aceito outro serviço seu... aceito apenas dinheiro!
que se dane se vc pode costurar minhas roupas em troca da minha colheita!
pague-me e poderei comprar minhas próprias roupas!
logo, pegue seu dom pra costura e vá vender roupas a quem interessar!
assim poderá pagar por meus alimentos e eu pagarei por roupas melhores que as suas!
e assim começou o nosso mundo!
e olha só onde chegamos!
nos tornamos descartáveis e escravos de bens materiais que para nós apenas tem o valor do dinheiro!
esquecemos que alguém os fez!
pagamos pelo produto final!
pro inferno suas horas de produção!
pro inferno seu talento!
admiro apenas o resultado!
não tenho tempo para vc!
não tenho tempo para outro como eu!
tenho tempo para mim apenas, e meus desejos consumistas!
quem fez??? i don't care!
pouco me importa se uma blusa que custa R$10 pode ter tido trabalho escravo envolvido na sua produção!
e ainda hoje há!
mas pra quê saber o que acontece por aí?
né??
ai
pro inferno todo mundo!!
foda-se!
eu consumo
vc consome
e eu aprendi a conjugar o verbo desde cedo
e também aprendi a colocá-lo em prática!!
e assim movimentar essa terra abarrotada de merda!
pois o dinheiro move o mundo!
alguém deve ter dito isso por aí!
não sei quem!
não me importa!
a frase é apenas um produto!
grátis, ainda!
ou melhor, grátis pela boca do povo!
pois deve estar em algum livro que também custa dinheiro, certo??
pois então que se explodam todos vcs!
e aproveitem o dia com quanto dinheiro tiverem na carteira!
o dia é hoje, a hora e agora
e o amanhã é incerto!!
gaste o qto puder o qto antes!
amanhã a terra te come e o que vc têm não valerá nada mais que uma briga familiar.
a mesquinharia é absoluta em todo mundo!
é hereditária...
tanto qto uma doença grave... que matou a mãe
e certamente matará a filha da filha!
isso é tudo por hoje!
----2/01/07---- adendo.
relendo hoje este texto, sinto uma certa superficialidade na análise.
Nosso mundo moderno, com tantas profissões e tantos
produtos e meios de ganhar e gastar e perder dinheiro,
sufoca qualquer idéia de troca e a faz parecer tão obsoleta
quanto uma morte/castigo por enforcamento.
(se saddam mereceu isso, talvez bush mereça a fogueira, que tal? soa absurdo, não?)
enfim, não q eu queira incitar idéias de um mundo livre de moedas
(seria ótimo, mas hoje soa um tanto fictício),
o que me leva a pensar nessa troca moeda/produto como absurda é a
disparidade entre determinadas ofertas de produtos e
profissionais, e a egolatria que permeia esses preços
(antes atribuídos a si mesmo na forma de elogios,
congratulações e certificados, para então serem repassados
àquilo que temos a oferecer, seja concreto ou não).
É certo que um jogador de futebol [que corre atrás da bola,
incentiva o esporte, o exercício físico, estimula a
imaginação das mulheres, desfila com carros importados, mas
é incapaz de desfilar com um vocabulário rico, ou perfilar
palavras em uma ordem que não desafie a compreensão de
quem ouve, ainda assim sendo capaz de beber e comprar coisas que
nem se atreve pronunciar o nome, ou ainda se atreve
reduzindo um johnny walker à jóni valke {sem erre mesmo, pq
se nem os verbos o merecem como desfecho, pq este mero mata
sede mereceria}] ganhe mais que uma professora
alfabetizadora, ou "ensinadora" de qualquer espécie?
será que nenhum jogador de futebol tem uma mãe ou esposa
professora e se toca que seu suor e "exemplo de vida fácil"
não vale nem um centavo perto do compromisso com conhecimentos
ministrados e desenvolvidos em conjunto com inúmeros seres em formação?
acho que uma mãe professora nunca teve o prazer de ver seu filho na seleção.
que idéia a minha, quem sou eu pra desejar tamanho castigo
a uma pobre cinquentona sorridente e descabelada q dá seu
melhor pelo desenvolvimento "cefálico" de seus discentes.
enfim, só nos resta matar a soberba e avivar a consciência
de que não é preciso muito para viver, que nem tudo que é
ofertado é necessário, mesmo que a propaganda nos faça crer
que a vida pode ser dura e que sem "esse treco" falta-nos
ar nos pulmões, força nas mãos e criatividade na cabeça.
bom, façam bom proveito dessas tolas palavras, pq neste momento
elas custam a vocês, além de alguns segundos de vida, uns
fragmentos do valor da conta de luz, da conta do serviço de
internet (ou telefone) e ainda alguns danos a
coluna(dependendo da posição e do tempo em que encontra-se
prostrado em sua cadeira.)
pois é, queria poder me expressar de graça, mas juro que nem um centavo desse valor é revertido para minha inexistente conta bancária. (vamos torcer para que alguma força divina esteja avaliando algumas somas de alguma coisa que me traga benefício ou malefício no dia do meu último juízo, ou juízo final)
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