dimanche 7 janvier 2007

já?

já brincaste de gangorra?
já viste uma balança de dois pratos?
já reparaste que o mais pesado sacrifica o mais leve, na gangorra? e na balança?
e já notaste que existem muitos leves sem acesso ao direito básico à saúde, saneamento e educação? enquanto uns carregam o peso dos diplomas que só usam pra agregar mais pesos de carros, casas, próteses, tecnologias, supérfluos que ausentes não matariam nem fariam sequer uma mosca definhar?
pois diga-me por fim, já deste uma lida nas 8 metas do milênio da ONU? prestaste atenção que trata-se da ONU e não de ônus para agregar ao seu umbigo.

o que tu consomes é inversamente proporcional ao que o teu oposto na escala social não possui.

consegues imaginar que se todos tivessem a educação que tu recebeste, tu não terias que te estressar com o caixa do supermercado que outro dia falaste pra tu " deu cinquent'essete real, dona, no cheque, no cartão, no dinheiro ou no quéxi", ou ainda com o menino que depois de fazer macaquices bizarras defronte teu automóvel impedindo teu avanço ao semáforo já verde, ainda teve o despautério de cutucar o vidro do teu carro do ano e proferir "dá um real aí pr'eu comê, tia"???

é trágico e masoquista tentar acertar o português ao relatar a quem certamente estudou a conjugação da segunda pessoa do singular, provavelmente só as usou em provas e listinhas de decoreba e ainda hoje se questiona e indigna-se ao pensar que muito do que se viu na escola não será de menor valia. engraçado seria se tivesses ciência da unidade infinitamente múltipla ao qual pertences, e o qual adora culpar como se vivesses por fora, apenas observando e exigindo mudanças alheias, atitudes do poderio (e ainda achas que apesar de absurdamente altos, os impostos lavam a alma, aniquilando qualquer cobrança ou compromisso que deverias ter com a superfície onde habitas tua espécie e com essa mesma divides o ar.)

finalizando a enquete, tens coragem de cuspir no chão de tua casa? e no chão da rua?

jogaria lixo no chão de tua casa? e na rua? e no chão da casa dos outros?

dormirias no chão do teu quarto em noites de frio? deitarias no chão da rua?

acariciarias um cachorro na rua? e se fosses o teu cachorro na rua, sujo, perdido e precisando de carinho?

temos a cultura de apenas reservar respeito ao que nos pertence, ou ao que conquistamos (amigos, amores, ideais, etc.) deixando a todo resto um mero descaso, talvez uma simples contenção de atenção para não atestar a egolatria e o amor próprio (toma-se como próprio {tal qual alguns mutantes do quadrinho x-men que só ao tocarem objetos e pessoas atribuem a eles suas defesas} tudo aquilo que é seu e que está sujeito ao seu resguardo absoluto)

permita-me a ofensa... vá catar coquinhos (e matarás tua fome! =P

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