jeudi 2 novembre 2006

finados

everybody wants the same thing

cansei disso
não quero mais essa vida
sabe quando chove
e tudo parece chato
todos parecem distantes
a esquina parece intransponível
o portão, tal qual o de uma fortaleza
o castelo desmorona por trás dos altos muros
e a realeza tal qual ratos em trapos
não se aguenta mais
não conversa há tempos
talvez nunca tendo trocado palavras reais
ou sentido amores verdadeiros
quem sabe?
se nunca foi, quando será?
se começar, onde nos levará?
prefiro o escuro
por trás dos arbustos
entre os pensamentos derradeiros de uma tarde chuvosa
na cabeça daquele
que enfraquecido pelo conjunto de explosões químicas
não passa de um qualquer
que como todos
deseja o mesmo fim
tórrido
simples
arrojado
enterrado
com vista pro céu
mas perto do inferno
onde tudo parece mais prazeroso
como posso eu saber
quando tudo que lembro-me
é do ápice na paulista
sorrateiros fugitivos de um café sem couver
entoando cazu que se foi igual getúlio
no fundo todos abandonam o barco
para entrar pra história
já dizia vargas em sua carta/desculpa
já fazia jesus com suas feridas expostas
suas lágrimas derramadas
pela medíocre sociedade
que assim o criou
por apenas acreditar em poderes ministrados pelo personificado
sociedade pobre de imaginação
incapaz de acreditar no invizível
intocável
e incomunicável
que acredita apenas naqueles que tenham boca, olhos e ouvidos
enquanto um apenas exigia que soubessem dançar
but i don't feel like dancing gritam as caixas de som
que aqui se encontram
no fundo dessa cara amarrada
desse corpo prostrado
e dessa cabeça vazia de sentidos
e cheia de babozeiras
perdoem a dislexia
abracem os dislálicos
pois eles são livres
ou mais escravos
que aqueles que se entregam a essa podre convenção de signos fonéticos
quanto mais amo o mundo, mais eu odeio o modo como crescem nele às sementes
indefesas e acorrentadas
...chega
agora vá ler um jornal qualquer
vá arrumar uma cama
e quando sair apague a luz
que aqui dentro é úmido
abafado
sem ar
ou qq presença que valha
au revoir!




cazuza-o.tempo.não.pára
DISPARO CONTRA O SOL
SOU FORTE, SOU POR ACASO
MINHA METRALHADORA CHEIA DE MÁGOAS
EU SOU UM CARA

CANSADO DE CORRER NA DIREÇÃO CONTRÁRIA
SEM PÓDIO DE CHEGADA
OU BEIJOS DE NAMORADA
EU SOU MAIS UM CARA

MAS SE VOCÊ ACHAR QUE EU ESTOU DERROTADO
SAIBA QUE AINDA ESTÃO ROLANDO OS DADOS
PORQUE O TEMPO, O TEMPO NÃO PÁRA

DIAS SIM, DIAS NÃO
EU VOU SOBREVIVENDO SEM UM ARRANHÃO
DA CARIDADE DE QUEM ME DETESTA

A TUA PISCINA ESTÁ CHEIA DE RATOS
SUAS IDÉIAS NÃO CORRESPONDEM AOS FATOS
O TEMPO NÃO PÁRA

EU VEJO O FUTURO REPETIR O PASSADO
EU VEJO UM MUSEU DE GRANDES NOVIDADES
O TEMPO NÃO PÁRA, NÃO PÁRA NÃO, NÃO PÁRA

EU NÃO TENHO DATA PRA COMEMORAR
ÀS VEZES OS MEUS DIAS SÃO DE PAR EM PAR
PROCURANDO UMA AGULHA NO PALHEIRO

NAS NOITES DE FRIO É MELHOR NEM NASCER
NAS DE CALOR, SE ESCOLHE:
É MATAR OU MORRER
E ASSIM NOS TORNAMOS BRASILEIROS

TE CHAMAM DE LADRÃO, DE BICHA, MACONHEIRO
TRANSFORMAM UM PAÍS INTEIRO NUM PUTEIRO
POIS ASSIM SE GANHA MAIS DINHEIRO

(REFRÃO)

DIAS SIM, DIAS NÃO
EU VOU SOBREVIVENDO SEM UM ARRANHÃO
DA CARIDADE DE QUEM ME DETESTA

1 commentaire: