jeudi 30 novembre 2006

tempo

tenho vivido com a sensação de que a qualquer momento empacotarei minhas coisas e mudarei radicalmente de vida!
não consigo avaliar até que ponto isso me afeta!
quando o dia acaba, sou assolado por uma voltade de não dormir e fazer tudo, naquelas poucas horas.
de madrugada o tempo parece não existir, talvez por não haver sombras em constante movimento nos lembrando que giramos de encontro a mais um findo dia. =[
é difícil descrever o passar do dia, quando mesmo atarefado, tudo parece ser miséria e
excesso concomitantes!
vejo o tempo passar ora mais rápido que minha vida, ora numa lentidão impossível de acompanhar e no fim das contas restam fotos e outros registros q mostram o qto desapercebidamente passei meus dias agindo pra resultados que nem tanto me agradam nem surpreendem, ou as vezes me perseguem.já não sei do que falo, ou a quantas bate meu coração.

pq o dia rende mais qdo somos mais atarefados?

pensemos...

parta um bolo grande em 4 fatias.
levará muito tempo comendo cada fatia, será um processo lento, certo?
agora parta o bolo em 100 fatias e comerá cada uma bem mais depressa. pois agora cabem todas na boca!
assim é o dia!
o ócio é a fatia gde, a sequência de compromissos é como aquele pedaço de queijo minas que cortas em cubinhos e devoras em instantes.

preciso me retirar e pensar.

à bientôt!

p.s: No fim terá levado o mesmo tempo para comer o mesmo bolo, do mesmo tamanho. mas um
será comido num processo lento e outro num processo mais acelerado.

dimanche 19 novembre 2006

Do livro de memórias indispensáveis à loucura.

C.01 - Decisões, escolhas, vontades e o status quo perturbado pelas infinitas possibilidades que uma ação, ou a renúncia dela, implica.

Foi num taxi, entre três e quatro da madrugada de um dia tranquilo, em meados de abril, que a situação chegou ao limiar da decisão, que não foi tomada.
Não era a primeira e ele sabia que poderia não ser a última, ou, como atazanava a incerteza, poderia ser a última. Talvez por isso tenha pesado tanto, causado tanto desconforto.
Eles eram conhecidos de longa data. Mais que isso. Eram amigos, quase irmãos. E já tinham sido meros conhecidos, pouco amigos, muito amigos, confidentes, companheiros, menos companheiros, mais rivais, pouco rivais e talvez até amantes secretos de desejos sublimados. Bom, esse último era o que ele mais queria acreditar que pudesse ter rolado nesses mais de 15 anos de amizade e mais que amizade, outrora menos que isso.
Eram almas conectadas, que algumas vezes sofriam com os maus-contatos que as diferenças das amarras pessoais lhes impunham.
Almas-gêmeas. Já tinham dito isso uma, duas, com três pessoas diferentes formavam esse trio de causar reboliços emocionais, efervecências de despedidas e de retomadas também.
As promessas não duram pra sempre, sabiam disso, conheciam a dor de uma lenta esfacelação das relações, ou dessa em específico, que não tardaram a reinventar.
Já tinham passado verões, carnavais, invernos e *fernos, férias colegiais, horas de estudo, porres, sofrimentos, perdas, colapsos nervosos, papos intensos e horas de telefone juntos. Acumulavam milhas e queriam acumular muito mais.
Já tinham compartilhado presentes suficientes para gerar uma nova vida. Tinham um passado invejável e para um deles, um futuro de momentos mágicos.
Esse poderia afirmar de pés juntos que já sentira uma reciprocidade lancinante partindo do corpo, do olhar, da respiração, do coração do outro.
Afirmações essas que nunca tivera coragem de confrontar com a realidade, ou tentara(poucas vezes como quem joga um anzol no lago com muito medo que algum peixe o alcance) sempre sem sucesso. Nunca saíram do platonismo de um amor de infância. Não permitiria o fim da partida pela falta grave de um carrinho mal dado. Pela antecipação de uma jogada que deveria ser natural e bilateral, como os acordos que visam arreganhar as intenções entre dois países com interesses comuns, ou não.
E assim, o interesse sempre pareceu uma via de mão única. Enquanto o interessante esbanja gingado, testosterona e um punhado de adjetivos celebraveis, o outro, o interessado, se julga menor, pouco desembaraçado e menos atraente pelo somatório de fatores que seu objeto de admiração e apoio.
Digo objeto pela implicância que projetar um futuro em cima da participação do outro possui. Tal qual uma muleta, o fascinado antecipou os rolos 35mm desse filme que, pelo andar das decisões, pode nunca existir e nunca existiu de fato.
E saibam que ele tem ciência dessa condição pouco racional que é solidificar uma idéia de tempo que não existe e nunca vai existir (se olharmos pelo viés do único momento que podemos viver, o agora).
Entre os muitos agoras colecionados por esses dois, há a certeza das coleções serem diametralmente opostas. Cada um pintou seus cortexis visuais com uma figura, a do outro. E à essa figura atribuiram importâncias e papéis diferentes. Em afeto talvez se assemelhem, mas em desejos, é conhecido de todos que divergem.
E é nesse meio de seres e não-seres, de tudos e nadas, e de milhas acumuladas que eles voltam pra casa, de taxi. de uma festa não muito animada.
O interessado pouco etílico e o interessante álcoolicamente efusivo. O taxista que o diga.
Um deles se irrita de não estar na mesma sintonia e desperta os nervos a cada toque entre-gestos do outro.
Um ama sem certeza da órbita desse amor transeunte. O outro ama de forma simples, ama um amor puro e fraternal.
As admirações sempre se misturaram aos julgamentos que a amizade permite.
E nesse clima eles eu(como devem ter percebido a autobiografia medrosa do meu tom), que larguei esse texto há uns dias e retomando hoje, já tendo assistido ao filme Notas sobre um escândalo, decido encerrar para não parecer a Bar ou Judi Dench, que loucamente escreve em seus diários, memórias e fatos que só aconteceram em sua cabeça doentia e que só contribuem, encerrados no diário a-pe-nas, para diminuir ou reforçar o GAP (mind the gap, remember) entre a realidade e a platonice criada por seu cérebro.

Faço isso por não ter certeza do limite entre minha sensibilidade com as coisas que me cercam e a interferência do meu cérebro com suas contribuições emocionais para decodificar essas estímulos recebidos(ou criados) pelos meus sentidos.

Nada como o passar dos dias, entre a ânsia de relatar um devaneio e a racionalidade de decidir tranca-lo no crânio por mais um tempo.
Talvez um dia eu volte, marinheiro, faceiro e quem sabe com outros amores bem correspondidos.

--
Atenção, esta é uma postagem retroativa. Sua data original é 27.abril.2010
O texto foi escrito entre 18.04(criado) e 25.04(editado) de 2010.
Se você chegou até aqui, don`t call me.
A covardia não me deixou abstrair o gap.
A coragem não me deixou guardar esse texto.
O respeito ao (f*cking)"status quo" não me deixou publica-lo na data certa.
E o nabo? Põe ele preto pra vc ver!
=*
Com humor e amor.bint
(isso não é uma carta
tampouco um texto
ou um blog)
esqueça tudo que já vivemos antes, e acenda um cigarro!

mercredi 8 novembre 2006

baú2

texto velho...complicadinho...mas.que.adoro.mto.o.desfecho

Post MALUCO de um jovem ASTUTO


SAUDADE
.................
É engraçado que como as estações do ano,
que vêm e vão...
trazendo na mala suas tralhas do tempo
e a magia dos ventos,
Pessoas vivem e lembram
e remexem
e abusam
e semeiam
e... como num cochilo,
num devaneio...
desaparecem...
esquecem...
mas lembram, ou nos fazem lembrar...
daquela flor que sentimos saudades,
daquela tarde sem sol,
e noite de frio,
em que juntos cantamos,
dançamos
e sorrimos,
e gargalhando mergulhamos na suposição
de que um dia ,
e hoje não é mais fantasia,
mas que no tempo passado
na luz perecia...
a escuridão,
a nós serviria
como divisão da luz do seu dia
pra luz que o meu enchia
e revelava
o revés da solidão
que de amigos me servia
e de saudades eu sofria
na noite sem luar
que na nossa janela batia
preso no passado do dia
onde sorria a primavera
sem pressa
de nos trazer a melancolia
da troca de regalias
do esquecer das mordomias
de quem um dia choroso
senta e desabafa
e o ombro embaça
só a pensar no amar
que um dia finito
se revela
e torto,
descrédulo
e frio
petrifica e esfarela
dando lugar
ao ar
de novas estações
com novas canções
e novos semblantes
que parecem mais sorridentes
e satisfeitos
e soberanos
que jamais o seu pareceu
ao meu lado
revelado
na foto sem margem
que na assinatura carrega
a verdade obsoleta
de um sentimento
que seco cresceu
e no solo morreu
ou apenas descansa
esperando a vingança
do dia de chuva
que as novas canções lavará
e a mim de volta te trará
pra que voltemos a tempo de nada mais supor
e evitar toda a dor,
e no novo velho momento sorrimos
para tudo que vivemos
e acima de tudo
sustentamos com orgulho
o aprendizado no peito estufado
que desnudo encara
as armas em palavras
que no erro usamos
na luta que os anos
ousaram travar
entre dois corações
que se perderam nas juras
e nas verdades impuras
de uma amizade sem cura
que um jovem em fúria
resolveu aceitar
e amar
e brigar
e de saudades chorar.

.................

se ser destemido é parecer louco
prazer senhor que a mim ousará examinar
e sem pressa descobrirá
que de amor eu sofro
pela vida, pelos dias e pelo tempo
que traz os ventos e leva os lamentos
de uma mente em desenvolvimento
que chora e elabora
a próxima forma de amar
para que nesta não chore
nem uma lágrima a mais
que nos tempos de outrora
ousou derramar.

.................

CARPE DIEM
.................
(se naum gostou, nem se esforçou,
agradeço ao menos pela visita
sem laços de fita,
que a ti, por mim não foi pedida,
nem por outrem encomendada,
e se tratando de mera parada,
retire-se antes que de mim sem dó,
receba uma grande pedrada.)
.................

jeudi 2 novembre 2006

finados

everybody wants the same thing

cansei disso
não quero mais essa vida
sabe quando chove
e tudo parece chato
todos parecem distantes
a esquina parece intransponível
o portão, tal qual o de uma fortaleza
o castelo desmorona por trás dos altos muros
e a realeza tal qual ratos em trapos
não se aguenta mais
não conversa há tempos
talvez nunca tendo trocado palavras reais
ou sentido amores verdadeiros
quem sabe?
se nunca foi, quando será?
se começar, onde nos levará?
prefiro o escuro
por trás dos arbustos
entre os pensamentos derradeiros de uma tarde chuvosa
na cabeça daquele
que enfraquecido pelo conjunto de explosões químicas
não passa de um qualquer
que como todos
deseja o mesmo fim
tórrido
simples
arrojado
enterrado
com vista pro céu
mas perto do inferno
onde tudo parece mais prazeroso
como posso eu saber
quando tudo que lembro-me
é do ápice na paulista
sorrateiros fugitivos de um café sem couver
entoando cazu que se foi igual getúlio
no fundo todos abandonam o barco
para entrar pra história
já dizia vargas em sua carta/desculpa
já fazia jesus com suas feridas expostas
suas lágrimas derramadas
pela medíocre sociedade
que assim o criou
por apenas acreditar em poderes ministrados pelo personificado
sociedade pobre de imaginação
incapaz de acreditar no invizível
intocável
e incomunicável
que acredita apenas naqueles que tenham boca, olhos e ouvidos
enquanto um apenas exigia que soubessem dançar
but i don't feel like dancing gritam as caixas de som
que aqui se encontram
no fundo dessa cara amarrada
desse corpo prostrado
e dessa cabeça vazia de sentidos
e cheia de babozeiras
perdoem a dislexia
abracem os dislálicos
pois eles são livres
ou mais escravos
que aqueles que se entregam a essa podre convenção de signos fonéticos
quanto mais amo o mundo, mais eu odeio o modo como crescem nele às sementes
indefesas e acorrentadas
...chega
agora vá ler um jornal qualquer
vá arrumar uma cama
e quando sair apague a luz
que aqui dentro é úmido
abafado
sem ar
ou qq presença que valha
au revoir!




cazuza-o.tempo.não.pára
DISPARO CONTRA O SOL
SOU FORTE, SOU POR ACASO
MINHA METRALHADORA CHEIA DE MÁGOAS
EU SOU UM CARA

CANSADO DE CORRER NA DIREÇÃO CONTRÁRIA
SEM PÓDIO DE CHEGADA
OU BEIJOS DE NAMORADA
EU SOU MAIS UM CARA

MAS SE VOCÊ ACHAR QUE EU ESTOU DERROTADO
SAIBA QUE AINDA ESTÃO ROLANDO OS DADOS
PORQUE O TEMPO, O TEMPO NÃO PÁRA

DIAS SIM, DIAS NÃO
EU VOU SOBREVIVENDO SEM UM ARRANHÃO
DA CARIDADE DE QUEM ME DETESTA

A TUA PISCINA ESTÁ CHEIA DE RATOS
SUAS IDÉIAS NÃO CORRESPONDEM AOS FATOS
O TEMPO NÃO PÁRA

EU VEJO O FUTURO REPETIR O PASSADO
EU VEJO UM MUSEU DE GRANDES NOVIDADES
O TEMPO NÃO PÁRA, NÃO PÁRA NÃO, NÃO PÁRA

EU NÃO TENHO DATA PRA COMEMORAR
ÀS VEZES OS MEUS DIAS SÃO DE PAR EM PAR
PROCURANDO UMA AGULHA NO PALHEIRO

NAS NOITES DE FRIO É MELHOR NEM NASCER
NAS DE CALOR, SE ESCOLHE:
É MATAR OU MORRER
E ASSIM NOS TORNAMOS BRASILEIROS

TE CHAMAM DE LADRÃO, DE BICHA, MACONHEIRO
TRANSFORMAM UM PAÍS INTEIRO NUM PUTEIRO
POIS ASSIM SE GANHA MAIS DINHEIRO

(REFRÃO)

DIAS SIM, DIAS NÃO
EU VOU SOBREVIVENDO SEM UM ARRANHÃO
DA CARIDADE DE QUEM ME DETESTA