lundi 6 septembre 2010

reflexos de uma janela com um espelho dentro.




p.s1.: o nós inexiste sem o eu. o eu dificilmente resiste sem o nós.
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p.s2.: e o eu, sozinho ou acompanhado, vive da tensão entremundos (interior/exterior)
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coletividade é uma composição plural de individualidade
e uma não resiste sem a outra
e não são opostas mas
o todo e a unidade de uma mesma coisa.

às vezes é difícil perceber isso!

E quando fica fácil, dói um pouquinho.

Não consigo escrever o motivo, mas sei que de alguma maneira isso reflete a dificuldade em lidar com a passagem inexorável do tempo.

me ocorre, esporadicamente, que nosso condicionamento evolutivo deixou frestas pras ausências de algumas crenças.

é como pensar que se não houvesse um ritual alimentar, um grid de horários e categorias para cada refeição, viveríamos na base da fome e da saciedade.

(algumas pessoas, mesmo dentro da condição humana atual de alimentação - e falo aqui da burguesia ou da pessoa estabelecida socialmente no dinheiro, pq de outra forma seria apenas uma opinião marginal e não uma reflexão da minha própria imagem, por isso excluo dessas palavras toda situação que conheço sem experimentar {ou conheço só por teoria e observação, sem prática} - ainda vivenciam alguns dias de |fome x saciedade| reconhecendo que são momentos fora dos trilhos, sem fazer disso um padrão de comportamento)

e quando se exclui a crença numa condição reprodutiva/biológica/cristã de um cotidiano, quando se ousa pensar um mundo sem ou com diferentes grids sociais de marcação espaço/temporal, podemos encontrar uma despadronização de alguns comportamentos coletivo/individualistas.

Então a saciedade contrapõe a fome, necessariamente através da aquisição e ingestão da comida, e a fome contrapõe a saciedade, necessariamente através da expulsão dessa mesma comida, como uma gangorra cíclica.

Mas na relação indissociável de coletivo/individuo, me perco em dúvidas e suposições mal organizadas, meio caóticas, às vezes inertes, e sempre mutantes.

o coletivo não consegue contrapor o individual ou vice-versa apenas pela presença ou ausência de outros corpos.

Não se trata de uma brincadeira de roda - eu com eles, eu sem eles.
Mas sim de uma terceira personificação, que pode ser chamada de eu lírico, ou um indivíduo externo, que é comum aos dois. que interage com outros externos e simultaneamente com um interno. Sempre nessa dinâmica do coletivo ser o encontro com os outros do mundo exterior e indivíduo ser o encontro com o(s) outro(s) do mundo interior (uno sendo múltiplo e múltiplo pertencendo a um só - como as quatro rodas de um carro, os cinco dedos de uma mão, as duas mãos de um corpo).
O curioso e perdiloso caminho é pensar que tudo isso é constancia e mutação on time, full time, real time.
Por nove meses fabrica-se um corpo dotado de neurônios e organizações químicas. Durante esse processo, há controvérsias sobre a existência primeira de uma inteligência pré matéria. Supondo que não haja, essa inteligência seria parte da "confecção" desse animal.
Uma estapa posterior a gestação e intermediária à socialização.
E aqui começam os condicionamentos e a contradição dos inatos.
Mas sem a pretensão de supor que eu sei alguma coisa sobre isso, sigo pensando na falta de clareza em relação a duplicidade desse animal.
Ele é para ele, diferente do que ele é para o outro. Ou não seria?

O bebê até que seus sentidos estejam afinados com a adaptação dos órgãos que os regem, não percebe o externo, certo? (estudei um pouquinho sobre isso)
Somos um todo sem consciência da separação. Essa primeira percepção de mundo deveria se manter viva na lembrança. Será que o subconsciente ainda computa esses dados?

Chega de análise estapafúrdia por hoje.
Não vou mergulhar num mar, sem saber nadar. Não tenho competência pra errar mais do que já errei até essa linha do texto.

O que tento compreender agora é mais simples, ou não do que isso.

Porque tornei difícil pra mim mesmo(redundância a toda prova, pode chiar!) a leveza de assumir que sou e estou sempre só e sempre acompanhado?
Essa divisão dentro/fora, eu/vc é pesada pra mim.
E quando fica leve, sinto como se tivesse perdido meu tempo.
Como se não existisse pelo tempo q durou aquela conversa, ou encontro.
É um gap emocional, um branco que me faz desejar mais dias coloridos.
Não sei como pintar isso e preciso escrever (pq sou muito covarde, ou preguiçoso pra dizer) que sinto vergonha de não estar sempre à caça de vibrações que produzam cores e não pontos brancos e vazios.
As cores que transitam comigo, parecem em processo de desaturação rumo ao branco absoluto.
E fica a dúvida mais capaz de me expulsar desse teclado nesse exato momento.
Sou eu que atribuo essas cores?
É a minha percepção q perdeu a capacidade de vê-las?
Me pintei de cinza e ainda me vejo como uma alegoria de carnaval?

Esse tanto dentro da lata está tampado e vedado? Como abrir ou ser aberto?

Me perdi... fui ali me procurar na esquina das vozes. Ou avós(es).

um conselho amigo seria bem vindo aos meus olhos castanhos.
um conselho pago seria o mais indicado.
mas antes preciso fazer fortuna, ou aprender a direcionar minhas migalhas.

até!

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