jeudi 24 juin 2010

Tormenta I ou a resolução da tormenta II - do baú dos piores textos 2

[recomenda-se antes, o consumo do texto seguinte]

Poderia um prólogo ser a resolução de um pósfacio?

Não sei, mas vamos ao pensamento que me ocorreu enquanto escrevia tormentos II.

Acho que todos os meus problemas atuais, ou a lupa que aumenta pequenezas sem medir esforços residem no ego. Ou melhor NUM SUPEREGO pra lá de distorcido.

Sabe quando vc pisa numa bosta na rua, que era apenas uma bolinha e virou praticamente massa superexpandida com o peso da sua pisada!?

Acho que o tempo, ou com o tempo, eu fiz isso com meu ego.
Desenrolei como um tapete vermelho rubi. Enalteci como a uma deusa egípcia!

Adorei como adoram ALAH e seus miquinhos amestrados, ou no caso, os meus!

Se acho que perdi o diálogo com meus amigos, é pq acho que perdi meu posto de ouvido amigo prum profissional da psicanálise e portanto tal paciente não é mais digno de trocar figurinhas comigo.
Se me irritei de gritar e depois chorar com familiares é pq os julguei tão estúpidos a ponto de só merecerem meus mais viscerais gritos no mais baixo que o vocabulário pode oferecer e na mais alta intensidade que uma raiva, opulência e majestade pode alcançar.

É estranho dar essa ótica a tudo que me atormentava há 10 minutos atrás.
Me sinto idiota.
Um rei com exércitos de pedra. Um deus com um mundo achatado e de uma só face.

Um déspota sem subordinados.
Um enfurecido sem platéia ou um errante sem propósito.

Shoupen fala sobre um prisma mto interessante que teria 3 lados.
Ou três espelhos caleidoscópicos.

O nosso eu, o eu que o outro nos devolve e o eu que a gente acha que o outro recebe.
Em palavras melhores, copiadas, Como somos, como nos vemos e como achamos que os outros nos vêem.

Desse caleidoscópio doido sai uma boa batida de frutas com mto álcool a que chamamos percepção de vida.

E prostrado nessa tríade perna de pau, nesse tripé do desconforto que sambamos nos dias, e encontramos sempre nossas amigas íntimas, as horas.

Algumas vezes um desses quadros toma conta das 3 paredes, ou se multiplica exponencialmente e então está feita a guerra fria.
A percepção completamente embebida nesse álcool petrolífero mal consegue abrir os poros, os olhos e os ouvidos.
Resta um pouco de nariz, salvos casos de profundas reflexões, que ainda conseguem receber um pouco de oxigênio. E por falar em gênio, essa é uma palavra que com certeza estava nesse coquetel de mentiras que meu ego chafurdou.

Sofro desse problema há tempos.
Me acho gênio, me acho melhor, me acho!
Isso não é em relação a todo mundo, mas a quem eu conheço (poderia ser pior??)
É cruel admitir isso. Não chega a ser cruel, mas dói. Magoa.

Onde havia um humble boy, hoje há um inconformado merdinha que acha que decifrou o mundo e a vida e por isso deveria passar dessa pra algo melhor.
Acha que esse povinho, esses lugares, essa gente cheia de repetições, não passam de chatice e perturbação. De mais de um mesmo apodrecido.
De algo que eu queria passar longe.
E eu realmente queria. Até agora.
E ainda quero um pouco.
Pq é estranho ter noção desse comportamento. dessa linha guia e ao mesmo tempo começar a confronta-la com uma maneira melhor de ser e equacionar a vida com os outros.

Cá estou eu, inconformado com minha posição, com minhas escolhas com meus caminhos. Cá estou eu, achando que essa merdinha não é pra mim, achando que esse mundo devia ser melhor frequentado e eu deveria estar acima de todo o mal.
Cá está um malogrado idiota que é incapaz de dizer verdades pra si mesmo. Incapaz de adotar a postura da reação. (mas nunca abandona a boca calada frente a qq estímulo, talvez por achar um pouco que os outros não mereçam minha verdade, talvez por pensar que minha verdade é tão estúpida e impublicável)
Cá está aquele que ama há tempos uma mesma pessoa. Se entrega há qq outra que não seja essa, por falta de coragem pra admitir que ama e sonha quase sempre (por vezes diariamente, outras sofridamente esporádicas) com os beijos, o futuro, o abraço apertado, o momento no escuro, o sorriso desfocado pela proximidade dos olhos e o beijo das testas. E nesse momento se desvela o oposto da inflação do eu. É nele, o amor, que me diminuo. Que me recuso ao convívio. É nele que me afasto e me domestico nos pequenos gestos e nas mentiras verdadeiras.

E é por essa incompatibilidade de diagnósticos que os problemas físicos aparecem, o peso sobe e desce, o rosto estoura, o cabelo fraqueja e o humor oscila.
Os sintomas, dos mais variados estão cada vez mais endoidecidos e fugazes.
E um deles é o foco perdido, a ansiedade por sabe-se lá o quê, a vontade de gritar, amar mesmo sem ter certeza que daria certo, ou que da boca pra fora tudo teria o mesmo teor alcóolico.

continua outro dia…
vou ali dar um cigarro de companhia pras ideias, quem sabe não aparecem umas lágrimas pra fechar o trio.

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