mercredi 30 juin 2010

onde está a causalidade clara, qdo se precisa dela!?

Apesar da lenta sensação de retomada.
Apesar de um leve pensar sobre o que me cerca (mais treinado que natural).
Apesar do que pesa... não sei dizer com que sorrisos poderia me vestir num momento desses.
Pareço estar na beirada. Margeado por pessoas com suas vidas rodando órbitas bailarinas.
Pareço estar no canto de um ginásio americano de filme B - de bobo.
Sinto como se não houvesse carro, abraço ou olhar que me acolhesse nesse momento.
Não que isso denote falta de compaixão, coleguismos, obrigações sociais dos outros. Nada disso.
O que falta, sinto, é mais compreensão da minha parte.
Não é a primeira vez, mas tem sido a mais incompreensível, talvez pelo ritmo lerdo e tempos parcos q tenho me dado de "presente"(qual o contrário de presentear? Ou melhor, como me refiro ao presente ruim?).

Não sei explicar. TUDO PARECE CONHECIDO DEMAIS, à minha volta, pq aqui dentro é tão sem juízo, tão sem horizonte, tão carente de causa explícita, ou caminhos labirinticamente desembaraçados, que só poderia explicar de uma forma.

Apesar de estar conseguindo viver, ler, me dedicar a algo, atender o tel, falar com outros seres vivos e pensantes, me sinto profundamente triste.

E o pior, me sinto incapaz de ser boa companhia a essa tristeza.
Me sinto rio sem oceano. Água de represa. Garrafa no fundo da geladeira.
Peixe congelado. Casca de banana, café sem cafeína e doce sem açúcar.
Me sinto humano, sem a parte boa de ser isso tudo, sabe?
Pois é, nem eu! Não tenho pistas, ou não quero confrontá-las. Pelo menos, por ora.
=/

Sinto um destrançar de sensações que eu carregava na cabeça.
Sinto uma falta mto grande. Da minha avó. Sim, mto. Mas não só. E não sei que outros fatores compõe essa adição perigosa, ou seria multiplicação?

Cansei dessa platéia. Quero um outro mundo. Um novo horizonte.
Ou outro mar pra me enforcar.

mardi 29 juin 2010

Cabelo Cresce - ainda do baú dos piores textos

Enquanto lia as duas colunas finais da vida simples,
uma sobre coleções e outra sobre as coisas que nos acompanham nas andanças da vida, lançaram-se ao fogo do meu córtex visual, lembranças boas de um tênis de pano azul bebê com ilhós coloridos que ainda figura em fotos da infância, da estante bagunçada de brinquedos que mal lembro de ter manipulado, daquele anjinho rezando, de gesso, presente de uma freira do jardim de infância que minha irmã quebrou em algum momento que me despertou fúria mortal, dos meus incompreendidos e também invejados all stars coloridos por mim e esfolados à exaustão dos meus passos(de uma época em que só existiam pretos, brancos, vermelhos e azuis escuro e eu me valia de tinta de tecido pra pisar do meu jeito) e dos além objetos e tempo, àqueles bons encontros, boas risadas, bons momentos compartilhados com quem dividia interesses em comum de cada época.

Enquanto lia me dei conta de uma nova maneira de encarar o acúmulo.





























De fato sempre fui de tranqueiras. Mas houve um tempo em que minha mãe ditava as regras e eu, dono apenas de pequenos e secretos fundos de gavetas bagunçadas, só podia guardar o que conseguisse esconder de suas mãos. Claro, até a próxima mudança.

Hoje em dia ainda sou essa criança que guarda, sem a ação da mãe que joga tudo fora (ou nem tanto. a cada visita nascem mil reclamações sobre minha bagunça, meu mafuá)!!
Ela diz que puxei ao meu pai, que tem uma coleção invejável de coisas e poeiras sobre elas. Todas à espera de mais tempo livre para serem revisitadas. São gavetas e cômodos inteiros que tomariam dias ou semanas de busca para que se tomasse conhecimento de todo seu conteúdo.
Bom, tive a quem puxar, né? E agora sou eu e mais uma tonelada de coisas que não param de receber companhias.
Revistas que me encantaram as retinas ou as ideias
Papéis com rabiscos, com tintas, com imagens ou com qq formato e dobra que me interesse.
Textos do colégio, da faculdade, e sabe-se lá mais de onde que marcam a geografia e a história do meu eu aluno acadêmico.
Fotos das mais variadas. Das que pesam gramas às que pesam bytes. Dos mais diversos fotógrafos. O pai zeloso, a avó coruja, a mãe babona, o adolescente curioso, narciso, curioso de novo, um chato colecionando flashes, um cientista congelando segundos, um interesseiro eternizando rostos, belezas e memórias, um explorador captando esquinas, pessoas e verdes de locais cuja lembrança falha às vezes. Mtas vezes.
Livros que nunca li, que já li e que nem sei pq tenho. Histórias que esqueci, que me assustam pelo número de páginas q percorri, que deixaram marcas, que mudaram mto, que emocionaram, que eu rabisquei de cima à cima da outra página.
Roupas pra vestir um exército de eus. Daqueles que travam batalhas com os dias, as festas o social e o anti-socialismo.
Anotações, caderninhos, adolescentes agendas, ingênuas passagens, letras feias, garranchos e letras bonitas, desenhadas com um leve pulsar nas mãos, outras mais apressadas que fim de aula de sexta, ou preguiçosas como receita de médico.

Eu gosto de ter história pra contar, gosto de linkar o tempo, lembrar que ele passou, ou melhor, que eu passei por ele. Gosto de cultivar esse museu egocêntrico, essa linha descabelada da minha vida.
Gosto disso, de sentir que houve uma vida ali, poucos dias ou anos atrás. E daqui há uns dias ou anos certamente vou sorrir por ver que essa vida continuou mais um pouco e vou precisar desse acúmulo pra ter certeza disso, de coisas, de registros e de pessoas.
Pareço um condenado falando(e não somos todos? Condenados ao tempo, presos em partículas de 12 meses, 4 semanas, 7 dias, algumas horas...), mas a sensação é mais mista que isso. É um descontrole de ideias que me levam a pensar que desse tudo por onde passo, um pouco tem que ficar, pra que depois eu me lembre. Me lembre que um dia eu estive aqui e no talvez hoje não estou mais. Um forjar de memórias, à ferro ou mais fácil que isso. Um apego, talvez ao tempo, ao acontecimento, ao mundano, ao amigo, às companhias. Mais um grão pra uma coleção que, sempre parece coisa de louco, mais será de grande serventia, quando esse inevitável futuro chegar. Seja ele doença, seja ele fraqueza, seja ele um simples e doce envelhecimento.
De uma ótica juvenil desastrosa, enxergo essa necessidade de apegos terrenos pra que as ideias flutuem sem rumo e sejam resgatadas ao contato com cada parte visual/concreta que eu um dia pude manter arquivada nessa bagunça sem fim.

Talvez a sensação seja anterior ao pensamento(isso parece uma daquelas dúvidas imbecis que todo mundo devia ter certeza, né?).
E a verdade já existia antes dessas palavras.

Ou a verdade não parece tão clara, assim como o texto.
Confesso que tô encontrando uma dificuldade imensa de conexão ao escrever esse texto. (P.S.: mais de quatro parágrafos foram cortados e os que restaram acima dessa linha foram relidos e reorganizados umas 5 ou 6 vezes, o que é mto doloroso e confuso pra quem tem mania de escrever em torrente de palavras)
Não sei alinhar palavras suficientes pra sustentar algo que nem sei o que é. (P.S-2.: será que consegui um pouco, abaixo?)
Sei o que senti.
Sei que o que passei me parece passado agora. Os últimos tempos estão mudando. A ótica tá em plena transformação (sempre, eu sei!). Mas essa transformação me parece um pouco mais palpável agora. É como seu eu pudesse ver meus dias sentado numa plateia de cinema. Tenho me permitido esse afastamento assustador, esse julgamento de terceira pessoa.

Essa sensação sem explicação me tirou de uma poltrona com a revista na mão e os pensamentos e lembranças na cabeça, me levou ao espelho e me fez ver… que cabelo cresce.
Que não importa o que se passe hoje, ou ontem ou a sensação que destrua ou levante, não importa os gritos, a tomada de decisões, a verdade do tempo é essa. Non-stopping como a do cabelo.
O problema é quando assim como o tempo, perdemos a noção de crescimento do nosso próprio cabelo. Perdemos a estação do trem, o caminho de casa a conexão com o espelho, a visão ou sensação da nossa própria vida, desencontramos das saudades, esquecemos quem fomos, quem somos, o que vivemos, do fomos capazes do que SOMOS CAPAZES. E é aí que a coisa desanda. É aí que se abre espaço pr`um eu que nem me pertence. Pr`uma sensação fora de registro, pra ideias plantadas sabe-se lá por que aresta do seu cérebro, ou do meu.

E nesse perder de vista, é nesse desencontro com o seu acaso, com o seu eu, com as suas crenças em vc mesmo, com o seu tempo/espaço de reflexão, com a sua imagem no espelho que a gravidade pesa mais, que a memória enfraquece, que as pessoas parecem desinteressantes e descartáveis, que os projetos parecem perfeitos pro ralo, que a cor desatura.
De fato ainda não recuperei a saturação de antes, o amor que tinha. E se era vidro, quicou no chão, mas quebrado ainda não tá, talvez só um pouco avariado. Ou quem sabe quebrou sim e agora é hora de colar em uma nova configuração, não por obrigação de inovar, mas pela diversão de remontar o velho como novo, desconhecido e carente de novas descobertas. Ainda que isso tudo seja feito pelo mesmo desanimado de ontem, que há poucos dias não se reconhecia no espelho, mas se entregando ao pequeno prazer de cortar seu próprio cabelo, hoje não se reconheceu de uma maneira boa. E encontrou outra pessoa, diferente da semana passada e igual a imagem de meses e anos atrás. O mesmo corte, o mesmo sorriso e a mesma carinha de adolescente que ainda tem um mundão pra descobrir, um montão de planos pra fazer, uma vida pra viver e um passado pra começar a ser colecionado AGORA! =)
E a sensação foi boa, o cabelo tá lindo e os pequenos prazeres voltando aos poucos, como um velho teatro a ser iluminado lâmpada por lâmpada, como uma velha fábrica sendo ligada disjuntor a disjuntor!

Pois é, ainda bem que cabelo cresce e eu posso cortá-lo quando quiser!

jeudi 24 juin 2010

Tormenta I ou a resolução da tormenta II - do baú dos piores textos 2

[recomenda-se antes, o consumo do texto seguinte]

Poderia um prólogo ser a resolução de um pósfacio?

Não sei, mas vamos ao pensamento que me ocorreu enquanto escrevia tormentos II.

Acho que todos os meus problemas atuais, ou a lupa que aumenta pequenezas sem medir esforços residem no ego. Ou melhor NUM SUPEREGO pra lá de distorcido.

Sabe quando vc pisa numa bosta na rua, que era apenas uma bolinha e virou praticamente massa superexpandida com o peso da sua pisada!?

Acho que o tempo, ou com o tempo, eu fiz isso com meu ego.
Desenrolei como um tapete vermelho rubi. Enalteci como a uma deusa egípcia!

Adorei como adoram ALAH e seus miquinhos amestrados, ou no caso, os meus!

Se acho que perdi o diálogo com meus amigos, é pq acho que perdi meu posto de ouvido amigo prum profissional da psicanálise e portanto tal paciente não é mais digno de trocar figurinhas comigo.
Se me irritei de gritar e depois chorar com familiares é pq os julguei tão estúpidos a ponto de só merecerem meus mais viscerais gritos no mais baixo que o vocabulário pode oferecer e na mais alta intensidade que uma raiva, opulência e majestade pode alcançar.

É estranho dar essa ótica a tudo que me atormentava há 10 minutos atrás.
Me sinto idiota.
Um rei com exércitos de pedra. Um deus com um mundo achatado e de uma só face.

Um déspota sem subordinados.
Um enfurecido sem platéia ou um errante sem propósito.

Shoupen fala sobre um prisma mto interessante que teria 3 lados.
Ou três espelhos caleidoscópicos.

O nosso eu, o eu que o outro nos devolve e o eu que a gente acha que o outro recebe.
Em palavras melhores, copiadas, Como somos, como nos vemos e como achamos que os outros nos vêem.

Desse caleidoscópio doido sai uma boa batida de frutas com mto álcool a que chamamos percepção de vida.

E prostrado nessa tríade perna de pau, nesse tripé do desconforto que sambamos nos dias, e encontramos sempre nossas amigas íntimas, as horas.

Algumas vezes um desses quadros toma conta das 3 paredes, ou se multiplica exponencialmente e então está feita a guerra fria.
A percepção completamente embebida nesse álcool petrolífero mal consegue abrir os poros, os olhos e os ouvidos.
Resta um pouco de nariz, salvos casos de profundas reflexões, que ainda conseguem receber um pouco de oxigênio. E por falar em gênio, essa é uma palavra que com certeza estava nesse coquetel de mentiras que meu ego chafurdou.

Sofro desse problema há tempos.
Me acho gênio, me acho melhor, me acho!
Isso não é em relação a todo mundo, mas a quem eu conheço (poderia ser pior??)
É cruel admitir isso. Não chega a ser cruel, mas dói. Magoa.

Onde havia um humble boy, hoje há um inconformado merdinha que acha que decifrou o mundo e a vida e por isso deveria passar dessa pra algo melhor.
Acha que esse povinho, esses lugares, essa gente cheia de repetições, não passam de chatice e perturbação. De mais de um mesmo apodrecido.
De algo que eu queria passar longe.
E eu realmente queria. Até agora.
E ainda quero um pouco.
Pq é estranho ter noção desse comportamento. dessa linha guia e ao mesmo tempo começar a confronta-la com uma maneira melhor de ser e equacionar a vida com os outros.

Cá estou eu, inconformado com minha posição, com minhas escolhas com meus caminhos. Cá estou eu, achando que essa merdinha não é pra mim, achando que esse mundo devia ser melhor frequentado e eu deveria estar acima de todo o mal.
Cá está um malogrado idiota que é incapaz de dizer verdades pra si mesmo. Incapaz de adotar a postura da reação. (mas nunca abandona a boca calada frente a qq estímulo, talvez por achar um pouco que os outros não mereçam minha verdade, talvez por pensar que minha verdade é tão estúpida e impublicável)
Cá está aquele que ama há tempos uma mesma pessoa. Se entrega há qq outra que não seja essa, por falta de coragem pra admitir que ama e sonha quase sempre (por vezes diariamente, outras sofridamente esporádicas) com os beijos, o futuro, o abraço apertado, o momento no escuro, o sorriso desfocado pela proximidade dos olhos e o beijo das testas. E nesse momento se desvela o oposto da inflação do eu. É nele, o amor, que me diminuo. Que me recuso ao convívio. É nele que me afasto e me domestico nos pequenos gestos e nas mentiras verdadeiras.

E é por essa incompatibilidade de diagnósticos que os problemas físicos aparecem, o peso sobe e desce, o rosto estoura, o cabelo fraqueja e o humor oscila.
Os sintomas, dos mais variados estão cada vez mais endoidecidos e fugazes.
E um deles é o foco perdido, a ansiedade por sabe-se lá o quê, a vontade de gritar, amar mesmo sem ter certeza que daria certo, ou que da boca pra fora tudo teria o mesmo teor alcóolico.

continua outro dia…
vou ali dar um cigarro de companhia pras ideias, quem sabe não aparecem umas lágrimas pra fechar o trio.

tormentos II - do cesto dos piores textos

minha mente tem me pregado uma peça digna de grandes atores.
E ainda não sei se consigo chegar ao último ato.
algumas cenas das mais dramáticas já foram encenadas (será? numa relação medíocre/simplista entre uma alma mimada e umbiguista e uma vida vazia e meaningless, as cenas foram sim, dramáticas e juro! tiveram gritos e lágrimas.)
Bom, parando por aqui toda essa baboseira de palhoça, posso dizer que comecei a pensar nesse post pelo conjunto da obra que tenho vivido, ou tido a impressão de viver.
Sempre que recorro à esse blog, é pra tentar explicar pra mim mesmo, pra algum eu que me pertence e eu não tenho controle da aparição, que a vida pode ter várias óticas mesmo dentro de um único ser.
Sei o quanto tudo isso parece bobo e … bem, quando faço essas concessões(?humm, acho que não) essas interrupções explicativas, é pra explicar, ou tentar parcamente, traduzir ou despistar algum desavisado, ou todos vocês da verdade, de como essa torrente me consome.

E tentando me explicar a atual situação, ou somente tentando explicar um dos pequenos amassos, ou episódios dessa prosopopéia, me ocorreu um pensamento um tanto quanto coerente que me trouxe ao teclado mais uma vez para desfiar nós e refiar uns pequenos deslizes desse tapete mal tecido que tem parecido meus últimos tempos. - por últimos tempos entenda algo que não consigo mensurar quando começou.

o pensamento? vamos a ele!

pensei que perdi meus amigos. perdi meu ser. meu ofício(wrong word), minha forma essencial num quebra-cabeça que parecia funcionar mto bem. perdi meu eu social, e não consigo mais orbitar sem ele.
pra quem chegou agora nesse trem desgovernado, aviso que o mimado aqui sempre foi libriano dos mais típicos (pode procurar o mais próximo libriano que vc teve na vida e observar como é o comportamento dele) que vive de observar, viajar na maionese e se achar na obrigação (que fique em pratos limpos que por mera sensação de um poder incomum de clareamento das idéias ) de aconselhar os amigos e os mais chegados ou nem tão chegados que abram qq brecha pra que isso aconteça.
Não é também uma mera questão de conselhos, mas de oferecer mais que um ombro amigo. Um cérebro amigo. Um outro terreno fértil pros problemas alheios. Onde esses enfantes errantes possam correr por novas ruas, abrigar novas esquinas e conhecer novas cores pros seus reflexos. Acho que isso me satisfaz como definição pro que na minha cabeça sempre foi esse momento de doação das ideias do ouvido e da voz.
Isso tudo, é claro, só é possível com uma troca nesse diálogo. Nunca um libriano aconselha sozinho. Nunca ele toma o microfone pra si, sem ter pelo menos acumulado milhagens na voz do outro.
Não há efeito de prisma sem algo para se ver do outro lado. E é esse algo que o libriano, ou eu (ok, tô generalizando pra parecer menos egocêntrico) sei respeitar mto bem. Ou melhor, sei admirar.
Então eis que o ser incompleto até mesmo no último dia, cai no mar da idade. No poço do social, na vida adulta e aparentada com algo que se possa imaginar de mais próximo do conceito de bem resolvido. Afinal é pra isso que crescemos, né? Pra nos tornarmos competentes profissionais que acumulam boas resoluções pra problemas cabeludos e assim ganham estrelinhas douradas pra passar de fase, ou de ano. E as rugas de outrora vem sendo apagadas com a moeda que também cresce com as graças das estrelas douradas.

E caindo nesse lodo imundo (mero exagero dramático, que denota o quanto impressionado com esse presente boring, ou com minhas atuais reações eu estou.) percebo que perdi meus amigos.
Perdi meus ombros, minhas vozes e um companheirismo de quarto em penumbra, de momento cinzento, de confessionário onde o corpo se torna pequeno e o cérebro pára de computar a existência das pernas, dos membros todos, órgãos no piloto automático e foco no emocional, nos sentimentos com mta atenção à voz e ao que naquele particular momento parece a melhor razão que há.

perdi isso pra algo mais profissional. Pros especialistas no assunto. Praqueles que agora podem oferecer algo melhor que a amizade. O conhecimento de causa. E não só isso. Eles podem oferecer algo melhor que um outro terreno fértil como pista pros problemas se cansarem. Eles oferecem adubo pra que os terrenos dos próprios pacientes (pq haja paciência) fiquem férteis o suficiente pra fortalecer boas raízes que se sobressaiam e ajudem de alguma forma a matar as raízes quadradas dos problemas matemáticos, que de exatos nada têm.

E o triste disso não é pensar que há algo de errado em procurar um profissional para tal, como gal. Pq nem de longe eu penso nisso como um problema. Mas de ver que como amigo que se valia dessas trocas, também para expor problemas próprios e aproveitar a pista de atetismo do terreno alheio para colocar os próprios problemas serem reduzidos a suor e insignificância, perdi! Perdi pq não tenho mais esse diálogo. Não sei sentar e pedir esse tempo só pra mim. Não sei ocupar os outros com meus problemas, só com os meus. Sei ocupar em duplas, ocupar duas pessoas numa troca de achismos, razões e boas teorias. E com tantos profissionais atendendo por aí, perdi o conforto de me abrir, mesmo com meu melhor amigo. Perdi a facilidade de admitir minhas falhas. Já que dou de cara com pessoas que tem hora marcada pra resoluções das suas próprias fraquezas. Eu que só tenho lacunas nesses horários, e que cada vez mais venho me tornado ateu, não consigo achar vivalma para me aconselhar. Então venho nessa encruzilhada chamada internet, atribular as retinas alheias (tb dotadas de bons campos de corrida disponíveis ao compartilho amigo) com mil palavras mal ordenadas.

Diriam os farizeus, pq cargas d`água não corre pra simples solução de um divã alugado?

Me entristece profundamente pensar que meu caminho desenbocaria numa bifurcação caolha. Numa pergunta de resposta única. Numa brincadeira de banquinha de rua com apenas um único copo para se advinhar o paradeiro do dado escondido. É triste! TRISTE! Triste ver que fechei um portão pesado, como de um castelo. Me fechei pro diálogo com toda e qualquer cara simpática e muito bem conhecida que ainda arrebatam minhas retinas. Pra todo lado é só porta fechada. Salão em horário de almoço, médico em feriado, emergência em obras, telefones desligados e pior que isso, uma falta de vontade de abrir a boca pra falar. Pra dizer um pouco de mim. Daquele eu lá de dentro. Que sofre, calado e sozinho.

E a angústia aumenta e os tormentos se alimentam dela!

E o penhasco mora ao lado.

lundi 7 juin 2010

o pior texto do mundo

há tempos não escrevo 'de verdade' aqui. (by de verdade i mean from my heart, or the deepest of my brain. i mighty be writing in english cause u`re there, and i miss u)
há menos tempo venho ensaiando diversos textos e formas verbais de fazer escapar um pouco do que pressiona e impressiona meus olhos, minhas idéias, meu mundo de lembranças, meu baú de segundos (mais brega impossível, right?)

i`m kind planning a huge change for my life…

talvez eu precise mais desse planejamento pra realmente acreditar num agora que valha as contas no fim do mês do que pra alcançar o tal fatal quase gal, como caetanesco objetivo.
Algumas vezes as coisas(melhor dizendo, most of the time) funcionam no meu cérebro de forma fuzzy, sem bula.

Como quando digito pensamentos aflitos por um buraco de dedal por onde possam escapar da clausura, quase não penso, ou melhor, quase não acompanho meus pensamentos de forma cinematograficamente falando, em stop motion. Simplesmente dedilho como um exímio pianista esse tecladinho da maçã, fazendo ligações perigosas ou não, rimas tolas ou demasiado sonoras que me valham sorrisos na cara e nos ombros. Enquanto digito não filtro, não enfileiro em ordem crescente ou coerente, não resgato maneirismo ou … eu minto! Melhor, menti! Vez por outra paro de parágrafo em parágrafo pra confirmar se tal palavra que acabou de fugir do aquário que é minha mente, como um peixinho dourado suicida, existe de fato ou acabei de inventar por culpa da melodia que meu pensamento tocava sem eu mesmo notar.
Essa movimentação quase sapateadora de dedos me embala numa dança frenética/suave/frenética again, com altos, baixos e guitarras que me levam quase sempre a esquecer que existe o tempo underneath my human being!

Algumas vezes qdo isso acontece enquanto digito um e-mail erro nos dedos e envio o diabo antes mesmo do inferno ficar pronto. sempre me emputeço com isso. Dividir em dois uma mensagem que deveria ser única por pressa ou descontrole dos dedos torna-se um infortúnio no momento em que sinto uma pausa sofrida no meu número de tap writing.

E assim saio largando dedos pra todas as teclas e erros pra todos os gostos e inventando palavras ou parcas rimas pra qq olho ensaiar um tom e encontrar um ritmo. Dessa forma desgovernada acabo, perdido nos fios de meadas distintas, encontrando uma razão pela qual - se não razão pelo menos uma pista - me encontro tão amargurado e desconsertado ou desconfortável com minha vida naquele momento. E não entendam aqui como desconfortável, um sentimento relativo a causas sociais e opressões capitalistas. Não estamos, eu e meus pensamentos, pretendendo entrar num mérito que não me cabe pelas horas de vôo que ainda não tenho pra esse tipo de reflexão pública. Não há de se dizer que não tenho idade pra pensar criticamente sobre esses assuntos, qualquer ser pensante deveria ter sua linguagem pra lidar com isso, mas digo apenas que não é o caso de vir aqui no blog, nesses desenfreados devaneios, a essa altura do campeonato discorrer sobre algo que vcs podem achar melhor argumentado em livros de profissionais que resolveram dedicar um cadinho mais de organização e tempo pro assunto.

Mas enfim (sempre preciso dessas muletas expressionais como enfim e então ou Bom, voltando… e bem amigos da rede globo, OPS! essa eu não uso.. ehhe pra resgatar o pensamento de um ponto que já fora cuspido no texto antes, ou pra correr pelo atalho que vai me levar a um pensamento mais coerente (really?) com o que quero dizer, mesmo sem saber se estou de fato querendo dizer algo. mas sempre há o risco de estar digitando o pior texto do mundo, enfim(again) entendam essas muletas como foward and rewind nos meus fuzzy thoughts) o que percebo enquanto digito freneticamente nesse exato momento é quê (ops, se percebo enquanto digito, talvez haja filtro e paralelismo nessas pontes loucas que me levam a abrir uma torneira pro que me aflige e ao mesmo tempo poder olhar isso como se não viesse do meu próprio cérebro - estranho como acabo de fazer duas análises mentais. A primeira é que meu hábito de digitar freneticamente se compara e talvez até se iguale (não pela freqüência, I KNOW ao hábito que minha irmã tem de falar mto e mto rápido, quase sem pausa pro ar, just like me typing here) e a segunda é ver como erro pouca*(p.s. em relação a quantidade de palavras no texto) coisa ao digitar e meu bloco de notas corrige a maioria dos erros no automático o que me levou a pensar, GOD!, como meu cérebro reconhece que tais movimentos dos meus dedos representam um sinal gráfico através do qual posso formar palavras e traduzir pensamentos??? COMOOOO??? treino? condicionamento? concentração? sei lá… já em acostumei com isso né?! aprendi a falar com os dedos…- bom…. time to go back.)

Como eu achei que estava começando a dizer, me levei-me a mim mesmo (como mal diriam alguns personagens caricatos da nossa dramaturgia brasileira, ou simplesmente como diria qualquer um que já se alimentou dessa dramaturgia e que gostaria de empregar uma puta redundância hiperbólica) a uma conclusão que por hora me basta e me faz querer descansar um pouco esse dedos fatigados(detalhe que não digito com todos, só uso basicamente os indicadores, polegares e dedos médios.).

Concluo depois de uma boa pausa pro bocejo e pro gracejo de esfregar com força os olhos sonolentos, que meu atual problema, minha já dita aflição desses dias vem de uma incapacidade de acompanhar a vida como deveria. De uma lerdeza crônica talvez nascida de uma fraqueza de vontades e objetivos para acompanhar o mundo, para registrar de tudo um pouco, ou de tudo muito.

Mal tenho lido minhas revistas, do jornal de domingo só sinto o cheiro quase que de mês em mês, mal consigo acompanhar o número de abas que abro no navegador. Cultivo umas 45 por uma semana antes de me enfurecer por não achar qual é a aba do meu e-mail e guardar todas numa pasta de favoritos sem ter de fato olhado nem 40% delas.
Se o mundo tem se mostrado farto de estímulos, eu tenho tido pouca fome pra eles.
Talvez por isso minha fome por comida de verdade tenha aumentado consideravelmente nos últimos meses me levando a ganhar uns quase 7 quilos e uma leve gastrite que me perturba toda hora com a fatídica sensação de vazio mesmo num pós PF daqueles de colocar inveja no Everest.

De fato me tem faltado paladar pra esse mundo.
Nada tem tido uma cor tão deslumbrante que minha memória não desbanque logo de cara.
Nada tem brilhado tanto que uma piscadinha não apague a luz.
Nada tem soado tão bem aos meus ouvidos que me faça levantar pra dançar…. aliás, música é uma coisa que tenho ouvido pouco… muito pouco. (nota mental: reconsiderar a presença de caixas de som no banheiro pra plugar o mini shuffle DJ.)

Ainda em tempo… aos poucos voltei a rabiscar e a sonhar.
Sonhos bons e rabiscos infinitos.
Tenho pensado tb em voltar a cozinhar com gosto pra alimentar meu tempo.
Engraçado pensar que talvez esse estranho amor que por vezes sufoco embaixo das palmilhas que piso, quando se mostra sorridente, mesmo que nunca correspondido, me põe vontades na cara e me faz ver que talvez eu tenha sido preguiçoso e 33 rotações demais pra esse mundo tão fascinante.
Não sei dizer quanto durou ou ainda vai durar esse break, mas parece que o dia tá nascendo de novo, feliz e voraz como meus mais saudosos momentos de atividade cerebral.
Toco sempre nele, o cérebro, pq vc já pensou em como uma voz vira um impulso elétrico, é gravada num arquivo, queimada numa mídia que quando tocada, produz voz(onda sonora) de novo num fone de ouvido ou caixa de som?
Pois bem, meu bem, esse mundão todo que vc acha que conhece, na verdade é mundo que vira impulso elétrico no seu corpo que vira mundo de novo quando seu cérebro acha que deve virar, e do jeitinho que ele acha que deve, com todas as relações e relativizações que sua bagagem e imaginação permitirem, isso se o radinho não tiver com defeito, né?
Daí… danou-se!! =)
Num radinho com defeito, clássico vira barulho e chiadeira pode soar como Lady gaga…. depende de quem produz, depende de quem ouve, lado gaga tb pode ser vivaldi, ou richard clayderman(é assim que escreve?)

E vc, já visitou seu passado hoje?
Como vai esse acúmulo?
Se existisse um activia mental, esse blog certamente seria o meu!
Findo aqui essa visita a minha amalucada caixola, através do pior texto jamais escrito nesse mundo! ¬¬¬