avulsos soluços.
eu sou aquele que quer acender o cigarro e ligar o ar condicionado ao mesmo tempo.
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para ascender, acenda!
para sorrir, mova-se!
para chorar, gire!
para correr, pergunte-se!
para tocar, ame!
para gritar, respire!
para amar, descubra-se!
para deixar, crie!
para durar, reinvente-se!
para bagunçar, procure!
para perder, apaixone-se!
para contar, viva!
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como posso amar
se giro num compasso de ilusões?
no outono, crio. no inverno, afio. na primavera, amo. no verão, recuo.
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o caso do ocaso mal resolvido.
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me termino por começar um indizível fazer de estúpida crença num nada amordaçado por um pedaço de uva verde de um pé de falácias.
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caminho num sonho morto por quase 20 anos e num pé só.
pulo de quando eu quando num salgado cafezal de lucidez com as mão pro alto.
me recordo do dia em que caí, sorri e me apoiei de joelhos no céu acreditando que tudo estava num prumo de ângulo fraternal.
e me esqueço do fogo passional da loucura que é engolir palavras que o vento recusa soprar.
adio de véspera o resto que um dia foi todo naquele sonho de 1 minuto.
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sinto seu sono nos meus pés.
a carícia me acorda falando que tudo está de cabeça pra baixo.
o dia é noite de lembranças cansadas daqueles sorrisos de cuíca.
o calor me apruma numa vertigem de amor antigo
enquanto você finge dormir para eu sonhar acordado.
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me apego fácil àquilo que brilha primeiro num plano acima da língua.
descredito a dita cuja à ordem dos verbos, que aprodecem sós enquanto passeiam aflitos pelos e-mails e choramingos de um pequeno diante de uma nobre platéia.
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a moderna indizência dos sentimentos rudimentares me faz crer que nada é possível, até que se tome atitude, ainda que as placas digam que o caminho não tem saída.
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a pulância de galhos indecentemente escorradios esburracha de cara na caneta que escreve em espelhos da minha mente dizendo que nada do que parece que seria um dia foi.
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não escrevo, descrevo em despistas aquilo que queria verbalizar com sonoridade de orquestra sinfônica.
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me dê o açúcar e o afeto buarquiano que hoje vou caetanear por aí que não preciso de mim para melhorar o que não penso daquilo que retesado permanece invadindo minhas retinas, tocando meus pés e atazanando meus ouvidos.
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até que me invente um balão, esses pesos continuarão fazendo meus pés andarem mais que minha cabeça.
e mesmo que um balão inventasse, daqueles que sobem bem alto, tenho uma certeza covarde e medonha de que meu coração permaneceria arrastando no chão, pendurado por um anzol cravejado de iscas esculpidas pelos meus tempos de menino-deus.
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sentir-se só é o início e o fim de tudo.
o fizemos enquanto batia um coração maior que a gente entre os pulmões que nos serviam de teto.
porque não o faríamos enquanto transitamos numa realidade apinhada deles?
também o faremos quando o nosso não mais bater, nem por nós, nem pelos outros, que continuarão a sentir-se sós.
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não declaro imposto de renda.
e acho que do amor, também estou isento.
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calharia um calhamaço de calmaria nesse caótico coração calado?
ou
carecia de um caótico coração curado essa cabeça cremada de causos?
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tinha um texto lindo na cabeça, sincero, de verdade.
mas liguei o som e deixei a melodia empurrar, caverna adentro,
tudo que estava enfileirado pra brotar.
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me fudi de verde, amarelo, azul e camurça de ganso albino quando decretei que a melhor maneira pra fazer aquilo era sentar o rabo no caralho do computador pra delatar a porra das ideias na tela insuportavelmente alva, calva, calma e sem alma.
ao inferno essa escapatória estapafúrdia.
ao que tudo indica, vocês vêem signos onde vejo só sons, cores e a anti-matéria, virtualizada em eletricidade, do meu ser.
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e pra quem tem uma paixão caduca, dissimulada e não dita pela covardia, 5 segundos de arroto é um gozo sublime.
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é sempre assim.
começo dançando, passeio sorrindo e termino regurgitando o azedo da vida que eu mesmo produzi.
e durmam bem.
que amanhã começarei de novo.
num looping contínuo que um dia cansará e cessará.
e nunca se esqueçam do que eu disse na primeira linha.
até mesmo você que não existe.
[e tudo é resíduo dessa mediocridade covarde do medo de não ser como o esboço sináptico.]
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