dimanche 10 octobre 2010

reachado que ainda cabe



complexo também é
o ar que sustenta
buscando uma saída
pelo nó apertado

o vento sopra a clausura antes
expirada a plenos pulmões
dentre mentiras
falsas vontades
e meios desejos

se assim o sinto
é como vejo
e como apenas tenho sido

tenho vivido
aquilo que não sem vontade
mas fracamente desejado

um quê de mágoas
uns ares perdidos

um sopro no vento
como gota congelada
que se cala por não saber como

inerte ao olhar vivo
livre da piscada longa
lentamente escorre fria

pesadas as palavras
que ecoam na cachola
daquele que um dia
sem vergonha
abrirá o baú
e descobrirá que o seu maior feito
foi colecionar não-práticas
e lamentará


(fotos:Paul Graves - http://www.paulgravescreative.com/)


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