lundi 21 mars 2011

sem título sobre a sua tela.

aviso aos desinteressados:- o texto é grande e ruim! pule pro próximo blog -


é difícil às vezes pensar na simplicidade de uma vida que teimamos em analisar de ângulos que não são nossos, nem nos cabem.
é surreal tentar entender o indecifrável de uma ignorância plácida que cisma em dizer muito sem ter nada a acrescentar.

complico abraços, amputo sorrisos naturais que se exaurem em contra sinapses loucas.
invento uma estação para desabrochar e em todo resto sou teso, liso e indiferente a mim mesmo.
com duplicações, supramovimentos e redundâncias espelhadas num caleidoscópio assimétrico.
onde deveria riscar um, dou voltas com a ponta molhada de uma esferográfica mole e desumana.
a preguiça, por mais incrível que pareça, me tira a medida e me põe num óbvio de desculpas, voltas e reviravoltas tão chatas quanto os atuais folhetins do horário esnobe da tv brasileira.

Me sinto invadido e me deixo invadir por sentimentos que não são meus, ansiedades fáceis que misturo com tequila, me enganando com uma leveza oportunista que triplica o peso e se aproveita do vento pra cair na minha cabeça.

Logo nEla, que encerra tudo. meu inexistente eu, como me sinto e me acho ser, e todos aqueles que penso saber que são e sentem como eu.
Ela me confunde, me rasga de fora-a-fora. Me incendeia de dúvidas, me afoga em maledicências, me entope de lixos nada extraordinários.

Não sabendo do que falar, estrago meus dedos num tango capenga por um teclado branco que passa longe de uma pista favorável ao ritmo.

Jogo qualquer palavra sem sentido numa frase de sentido certo, da esquerda pra direita.

Viro num parágrafo qualquer sem saber que rumo tomar. Me engano por segundos com um abraço lembrado e um carinho sentido lá, que pode ser hoje, ou agora. No momento em que lembro, sinto, de novo.
Faço um retorno em medos bestas, ignorâncias cultivadas em bacia de compostagem. Junto merda de baixo dos tapetes de uma cabeça não muito esperta, que eu jurava ter potencial, lá de longe.
Me senti especial um dia, poderoso, cheio de vento nos pés. Hoje os pés cansam de caminhar a mesma escada e subir a mesma rua.

Me atiro de peito fechado pra qualquer crítica, me tiro créditos como quem gasta uma vida pré paga que nunca existiu.
Sento desordenado, a postura mostra isso. Não queria, mas estou. Não sentia, ou não dava bola, mas acabei aqui.
Me arrastando pra lama de um corpo quente sob um céu nublado que não tardará a limpar e a me mostrar que novamente raia o dia.

Me olho. me olho de novo e sem nada novo pra reparar, cruxificar, me prendo na parede de pernas e braços fechados, pra mim, pro mundo, pro que poderia existir de um ser que falha na coragem e triunfa no medo geral, no medo da vergonha, no medo de tentar.
Ou pior, que julga qualquer cuspe como tentativa de povoar um oceano. Qualquer passo como estrada finda e falha. Uma piscada sem sentido como o ápice de um jogo lindo onde ninguém amaria como amei.

Mas espere um pouco, foi só um cuspe, não um jorrar ininterrupto, pouco afoito, bastante centrado e confiante de que um dia tudo se encheria de vida.
Foi só um passo, não uma corrida ou caminhada sob sol e chuva, com construções imensas e mãos suadas, sujas de sangue.
Foi apenas um sonho, minha piscada. Foi um amor de outono que aconteceu enquanto eu dormia em vida. Enquanto eu filmava cenas inventadas na minha cabeça. Foi um filme sem pé que não parou como um saco vazio, mas também não dançou aos rodopios do vento.
O tempo passa e fica difícil acompanhar meu ritmo interno e parir tudo que sinto que poderia, ou deveria colocar nesse mundo.

E quem sou eu pra colocar qualquer coisa que valha nessa terra de leis tortas e tábuas rasas?
tudo é tão cheio que chega a ser vazio. Tudo parece tão beira de rio que é impossível pescar um escamoso e escorregadio pensamento pra fritar no almoço.
E como poderia? Eu que temo um passo em falso. Eu que temo dedos na cara e falhas estampadas pra todos verem?
Logo eu, que de perto, nem de longe sou perfeito. Achava que os erros eram normais, e ainda penso um pouco nisso, mas não sei com que forças entulho eles na cômoda mais próxima.

Até dou a cara a tapa, mas de leve, nunca me jogaria pra porrada deslavada.

A sinceridade parece ferir, mas somente aos ignorantes sem capacidade de julgar que há um mundo por trás de cada rosto, que só parece com o seu. As diferenças são muitas e têm peso 2.
A surpresa da esquina é boa, a espera da esquina me consome.
Quando a coisa não ata nem desata, me perco numa sinfonia sem partitura, sem marcação de tempo, sem graça e cambaleante como um bêbado tonto que perdeu a metade do fígado numa mesa de jogo.

Me faltam caminhos lógicos, mas me faltam mais os ilógicos, subjetivos, emocionantes, aqueles do amor, da cumplicidade e do aconchego num mundo alheio deitado a poucos milímetros do meu.

Não sei fazer de outra maneira, e posso aprender, mas a preguiça não deixa.

A inatividade é tanta que me irrito facilmente comigo. Me esfrego um atestado de inválido por todo o corpo.
Me torno eu menos a melhor parte de mim, nesses momentos em que o nem o vento me desperta.

Sinto demais, faço menos do que poderia, me permito pouco mais de uns libertadores goles (que fazem do meu andar, torto e dos meus reflexos, lentos).
Serei o único a beber pra me sentir menos capaz e por fim culpar a bebida pelo falho ato de permanecer no mesmo lugar?


Em abril te amo, em junho me amo, em outubro amo a todos, em novembro te odeio e nos outros meses odeio tudo que sorria, lata e faça carinho em peles alheias.

Soa estranho ser assim, mesmo só, onde todo tipo de libertação é permitida. Mas é como me sinto.
Surrealmente dificultando minha própria estadia nesse mundo.

Sem mais, enquanto sigo andando em círculos.

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