to carecendo de um amor
que seja de livro, ou da esquina.
tenho esperado o despertador
não sei para que horas programei
nem ao menos lembro em que tempo
parei, me recostei e desisti.
sonhos, vivacidade, sorrisos, amizade
tudo parece perdido, distante, dissonante.
Me perdi no epicentro do furacão.
Minha vida gira espiral acima enquanto permaneço inerte sem fôlego soprando os móbiles de lembranças que rodopiam e sobem, se afastam e desgastam, perdem o cheiro, o gosto e por último a forma. lembranças amorfas me amordaçam o pavor, me inibem o suspiro daquilo que nem ao menos reconheço como motivo para tanto drama.
Perdi a mão da vida, esqueci de virar a esquina e m`esqueci de amar a mim mesmo, exatamente assim, com todas as redundâncias, exageros, petulâncias e egocentricidades com que costumava me velar n`outros tempos.
M`esqueci mesquinho no canto de um quadro negro a bater com apagador na parede e a respirar pó de giz sem parar.
M`esqueci de virar e continuar a rabiscar no quadro. m`esqueci como se empunha um giz, como se pula para alcançar o ponto mais alto da lousa, como se usa o canto almofadado da mão para pequenos reparos no traço e no contexto.
Perdi-me na nuvem branca, no canto frio, na lua nova e na morte lenta.
despistei os sonhos, reprovei prazeres, troquei as fechaduras e me mandei pr`outro lado da rua.
Me sentei na calçada, sem caneca, sem moedas, sem cãozinho e sem bengala.
à espera de mim mesmo. aguardando a melodia insistente do despertador cuja hora programada para me achar, eu desconheço.
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