dimanche 10 août 2008

sem título sobre a culpa



não
prometo estar certo sempre
nem coerente
nem ser prudente diante à boçalidade de uma atitude acertada!
quem mora na minha cabeça sou eu
quem responde ser titubear
a uma bobeira de certeza não são os outros
nem tu
que vive a decepção de um momento estatelado entre quatro palavras
sempre sarcásticas que disfarçam o desarmamento de alguém sempre a postos
sempre de garras nas mangas
e pés dispostos a correr e chutar e sorrir.
amarelo de desentendimentos nunca de surpresas.

não sou uma mpb relax e óbvia, nem sempre! não quero
mas não escolho
de repente pula um improviso à la Ella! que sai pela culatra e deixa rastros de alguém que ninguém alega ter jamais visto!

não suporto sua desaprovação, me dói e muito, mas nem sempre posso aliviar um ritmo que não me cabe o comando.
a atitude idiota brota repentina e jorra sem previsão de fim. até que longe me bate a vontade de virar pra trás e dizer que não queria assim.
aí já passou o tempo, o espaço e restam só créditos subindo na escuridão.
lá ocupo o vilão e o desenfreado impensante.
não recebi por isso, nem sequer li o script!
aconteceu.
não tem culpa vc, nem tenho eu!

eu queria partir, piscar e estar em casa. mas fui contigo e tb disso quis fugir. queria ser eu e minha magia de reaparecer longe de tudo. mas essa partida é sempre inconcluída, e desajeitada. não sei ser natural qdo o assunto é tchau. e sou sempre aquilo que vc viu, e quase sempre escondido em tolerâncias.
foi péssimo, mas não queria dizer nem um foi mal. nenhuma desculpa! queria apenas ser eu, sozinho e egoísta, saindo no meu tempo, sem malas, sem justificativas e sem descontentamento.

não entenda, nem precisa. não desculpe! o erro existe e não há nada que o redima!

samedi 9 août 2008

um beijo no sonho


{arte.gustav klimt - o beijo


um sonho
um beijo

um sonho que beija
ou ainda
um beijo que sonha

no diminutivo o beijo
se torna doce de infância
de festas, de água na boca

já o sonho sem flexões
é doce de vitrine,
de esquina, de padaria

hoje sonhei um beijo doce
sem qualquer conversa

e levantei roubando ar
d'um quarto escuro
sem coragem de acordar


{não sou bom com rimas. nem pretendo ser! mas a noite me trouxe um sonho que precisava ser registrado em algum espaço além das retinas dos meus olhos cobertos.
p.s: não é vc no sonho!

p.s mto póstumo.: era vc no sonho e na rima. (3.12.09)

mercredi 6 août 2008

meu desinteresse perfuma um cangote que nunca será cheirado.





finjo desinteresse enquanto me satisfaço em corrosões internas.

com meus desejos lido de duas maneiras.
como sorvetes apetitosos ora os congelo numa promessa de recompensa futura, uma honra ao mérito que desfaz na boca. Ou os deixo ao sol, expostos até que atinjam uma cremosidade de dar dó, ou nó! na língua, tamanho o gozo.

há um dentre todos que conhece bem a vida de esquimó.
um habitante de iglus, verdadeiro adorador dos luares brastemp.
só passeou pelos raios diurnos uma ou duas vezes... já não lembro ao certo.
vez ou outra me lembro que ele existe e abro o freezer pra constatar sua existência.
já o encontrei soterrado por dúvidas megeras, em férias no hemisfério norte da geladeira e já o vi solitário na planice plástica e alva sem qualquer cubo de gelo para lhe fazer companhia.
também o vi invejando escolhidos desejos que derreteram feito mel em brasa comprimidos entre o céu e a aspereza da língua{ mestra e desejosa é ela quem anseia pela libertação dessa desfigurada e dubitável vontade que nasceu cedo e já deu sinais de morte alguns tempos, mas que se recupera fácil dos porres dos dias.
um sorriso e ela abre os olhos... um abraço e ela pula da cama, um cinema e ela se arruma para ser resgatada das noites entre frangos e congelados, um boa noite e ela enche a cara aos cubos, seus companheiros de birita. e volta como um picolé recongelado a descansar no chão ingrato do andar de cima do seu prédio sem janelas ou escadas.

isso pode ser paixão sem fogo, daquelas que o charminho ganhou status de aposentado por invalidez. isso tudo pq acabo de ler que o apaixonado encanta com proposital desinteresse. o meu proposital fugiu dos esboços há milênios, e como bom(ou completamente péssimo) ator já não lembra o que é realidade o que é script das memórias e vive acreditando em sua própria razão fictícia de ser.
e a platéia de conjunto unitário segue desconhecendo (ou tb fingindo) que de irreal não há nada e todo desinteresse nunca foi encenação.


.a.vontade.qdo.posta.a.prova.pode.durar.poucos.minutos.de.felicidade

mas.sua.conclusão.nem.sempre.anula.o.desejo.
sempre.pode.aparecer.um.palito.premiado!!!!!