dimanche 27 décembre 2020

Des a foro

(de 21 de maio de 2019, poema solto no instagram @bintjr)





A vida é uma merda

A vida é uma droga

A vida te lambe

Te leva

Te enrola e

Te dobra

Essa cobra

Na corda

Que pendurada

Balança

Sacode

Serpenteia

Sapateia

Samba e desanda

Maravilhosa

Entre a realidade

Que dura mais

Do que devia

E a fantasia

Que dá de balde

Nas lágrimas

Que temperam essa

Caralha

Que de tão louca

E sem pausa

É uma merda

Uma delícia de merda

Que se abdica

De responder

As dores

E se fascina

Em esconder as flores

Dessa joça

Moça e torta

Só há um pertencimento

E uma palhoça

Seu corpo


Suas Regras


Sua única morada


Carapaça


A Carapuça


A Caralhuça

De tudo que é

Seu movimento e a

Sua tumba!


Tomba não

Que amanhã

O sol desperta

E o café

Te aguça

E a língua

Espera

E a alma aperta

A solidez da solidão

Que saúda a

Companhia que

A palavra faz

Ao pensamento

E o pé esquerdo

Faz e não faz

Ao direito

E o amor solteiro

Que achava de só viver

E só tecer

Porque achava

Que não sabia amar...

Que idiotice

Idoentia moderna

Dos netos de Neanderthais

Dopados

Entorpecidos

Conectados

Numa desconexa

Alucinação coletiva


Aprende logo

Que amar não é saber


É sa-bor


Que não explode

De uma vez

Nem uníssono

Nem sintonizado

Vc esfrega

Movimenta essa energia

E ele só exala e exalta

E risca a língua da vida e do tempo

Do seu pelo ao seu posto


Amor próprio

Amor

Pró

Priô

Amordaçado

Pela sua auto

Consciência


Para tudo

Aparta e apalpa


Conjuga esse sabor

De ser amor

E se armar

De si

De só

De dó e ré

Que faça sol em ti


No espelho da memória

No espelho das horas

No espelho do agora

Brilha nesse caralho

Que gira e voa

Com 8 bilhões de solidões

Em volta de uma pedra incandescente

Se joga

Não se julga

Se amole

Se afie

Se desafie

Relativize 

Vi E vá


Corre até a beirada

E grita

E joga

Seu corpo

Pra dentro do seu mundo

E deixa ele esparramar pra fora

E que se fodam gostoso

Essa merda de vida e sua erupção gostosa

Se a gente não morreu hoje

Tem motivo pra gozar

Abre essa gaveta e deixa de ser besta

Que o calendário é cadência

E o tempo é parceiro

De quem sabe a hora de se tocar (Digressão desgraçada que escorre de um corpo cansado e de uma alma doada a música e a noite e alimentada de arte, dor e vida e garra e tesão)

Obrigado a cada show e cada ser que me cantou a alma!