lundi 11 juin 2012

canastra(ice)

(da mesa cafona e hexagonal)

havia cartas alinhadas em canastra na mesa, quase todas do naipe de copas, quase todas parte de uma sequência.

dir-se-ia limpa não fosse o indisfarçável dois de coração preto, invertido e sobre um curto apoio. dois de paus.

ainda que exasperasse pelo valete que faltava, suja continuaria, a canastra por todo o jogo da vida, pois ao coringa caberia apenas um movimento de minueto direto ao início da armada, próximo às cartas de valor 5.

viro anseios do bolo na esperança de rearrumar as canastrices e as cartas embaralhadas nas mãos e jogadas na mesa infâme de feltro vermelho, onde adormecem manchas de vinho d'outros tempos.
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(da ironia ferida)

como num complicado movimento de verso wagneriano ignoro com o indicador da mão direita o ré mais próximo da escala em
uso para alcançar, com o esticar máximo dos outros dedos, notas mais tenras e firmes que sorriem em teclas distantes d'onde
afundo meu polegar, como um dedo na ferida!

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(da intempestiva 'mono'lética dos absurdos digrafados em potes de vidro e metais de contrabando)

para vencer doenças do ódio, busque os sentimentos aliados ao amor! para o contrário só com lucidez, descanso, distância e uma tesoura para memória! ou terapia que no fundo dá no mesmo!

cola e tesoura ao discurso das sinapses e não há louco imune à lucidez, rouco imune à passarinhada ou pouco imune à devassa vastidão!

a partir daí cada um edita como quer! com ou sem acompanhamento musical! ;)

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(da idiotia pendurada no umbigo do lobo frontal)

há quem precise de ouvidos e bocas pra dialogar e há quem careça apenas de espelhos pra discursar!

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